Petrolíferos fogem da guerra em Cabo Delgado

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No quarto ano desde que a insurgência começou em Outubro de 2017, as empresas petrolíferas que operam em Cabo Delgado começam a demostrar receio de investimento, contrariando o discurso político de que a insurgencia não ameaça exploração de gás. No primeiro dia do presente ano, a gigante francesa Total viu-se obrigada a evacuar tralhadores após um ataque nas imediações de Afungi, o que pode atrasar ainda mais o anúncio da Decisão Final de Investimento DFI por parte da Exxon Mobil e outras empresas multinacionais que ainda não o fizeram.

Lembre-se que em Outubro passado, o Presidente da República, Filipe Nyusi garantiu ao director do Banco Mundial que a insurgência não ameaça projectos de gás em Cabo Delgado, contudo, com o alastramento do espectro de actuação dos insurgentes, a realidade mostra-se oposta.

Na sequência de um ataque dos rebeldes contra a localidade de Mute situada a apenas 20 quilómetros da península de Afungi, o centro de um programa de investimentos de vários milhares de milhões de dólares para a construção do projecto de liquefação de gás, as companhias francesa Total e  a americana Exxon Mobil, líderes dos blocos 1 e 4, mostram-se preocupadas.

Além daquele ataque, no dia 1 de Janeiro houve ataque em Quitunda, a vila de reassentamento das famílias afectadas pelo projecto Mozambique LNG. O Ataque forçou a Total E&P Mozambique Area 1, operador do projecto Mozambique LNG, a evacuar parte do seu acampamento de Afungi.

E não era para menos: a vila de Quitunda fica paredes-meias com a zona industrial do projecto Mozambique LNG, dentro da área concessionada e a uma distância de aproximadamente um quilómetro da vedação que protege o acampamento de Afungi.

 

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