Numa exposição de 157 páginas, enviada ao Tribunal em Londres, Iskandar Safa, dono da Privinvest assumiu ter pago um milhão de dólares a Filipe Nyusi, sete milhões de dólares a Manuel Chang e 10 milhões de dólares ao partido Frelimo. O documento que reitera em parte algumas declarações do negociador libanês, Jean Boustani, no Tribunal de Brooklyn, Nova Iorque, aquando do julgamneto, escreve ainda que os pagamentos, que incluem outras altas hierarquias do Governo de Moçambique, entre 2013 e 2014, eram do conhecimento de Armando Guebuza, na altura Presidente da República.
Sem grandes novidades, a Privinvest assumiu ter pago um milhão de dólares a Nyusi, na altura candidato da Frelimo à presidência da República. O pagamento era para apoiar a campanha eleitoral de Nyusi na corrida presidencial, e foi pago para uma conta no exterior, de uma empresa de fachada, sediada em Abu Dhabi.
“O Sr. [António] do Rosário informou ao Sr. Boustani que o Presidente Nyusi desejava receber fundos da Privinvest para a sua campanha (…) A Privinvest fez outros pagamentos nessa época, incluindo um pagamento a 10 de abril de 2014 pela Logistics Offshore, de US $ 1 milhão, para uma conta em nome da Sunflower InternationalCorp FZE na Emirates NBD. A Privinvest entende que esse pagamento foi, no todo ou em parte, em benefício do presidente Nyusi”, lê-se no documento (p.103).
Além deste pagamento, a empresa de Iskandar adquiriu uma viatura de marca Toyota Land Cruiser, por 728,6614.42 rands para uso pessoal de Nyusi na campanha eleitoral que o conduziu à Ponta Vermelha em 2014.
Lembre-se que Nyusi, ministro de Defesa Nacional, aquando da contracção das dívidas, é apontado como quem aprovou a criação da ProIndicos, empresa que recentemente dissolvida por ordens do Ministério Público, a ordem incluiu a dissolução das demais empresas, nomeadamente a EMATUM e MAM.
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