Morgues podem ser focos de transmissão da Covid-19 – denuncia o CIP

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Um estudo realizado pelo Centro de Integridade Pública (CIP), publicado na passada segunda-feira, 1 de Fevereiro, revela que as condições actuais das morgues, nos municípios de Maputo e Matola, representam um alto risco de contaminação para os profissionais de saúde e para as famílias, podendo gerar um efeito multiplicador de infecção.

De acordo com o CIP, a gestão das morgues da Cidade e província de Maputo e do país em geral, vem sendo criticada há bastante tempo, devido à precariedade dos procedimentos de tratamento e conservação de corpos e pela incapacidade em suprir a demanda.

“Neste momento em que o número de mortes por Covid-19 tem estado a crescer, esperava-se que as lacunas pré-existentes tivessem sido sanadas ou minimizadas, uma vez que, para o caso específico da Covid-19, existe um protocolo a ser seguido, aprovado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para evitar novas infecções, durante o manuseamento dos cadáveres”, lê-se no estudo da CIP.

O estudo realizado pelo CIP, nas morgues do Hospital Central de Maputo, do Hospital Geral de Mavalane e do Hospital Provincial da Matola e do Município da Matola, concluiu que o risco de contaminação resulta do incumprimento das normas de prevenção da Covid-19, definidas pela OMS.

Na morgue do Hospital Central de Maputo, refere o estudo, a máquina para desinfecção de corpos encontra-se avariada há cerca de dois meses. “Adicionalmente”, aponta, “os funcionários não têm equipamento de protecção individual (EPI) suficiente e específico para o tratamento de cadáveres infectados pelo coronavírus, como luvas, máscaras N95 e batas impermeáveis de mangas compridas. Os funcionários dizem que chegam a usar o mesmo uniforme, batas permeáveis, máscaras N95 e luvas por mais de uma semana”.

Por outro lado, o Centro de Integridade Pública refere que o aumento de casos de infecção e de morte pelo novo coronavírus, chama atenção para a necessidade de uma intervenção imediata do governo, com vista à melhoria das condições das infraestruturas, da capacidade técnica e, acima de tudo, das condições sanitárias das morgues, ao nível do país.

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