SADC envia técnicos para avaliar necessidades de Moçambique para combate ao terrorismo

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Os Chefes de Estado e de Governo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), reunidos em Cimeira Extraordinária da Dupla Troika, esta Quinta-feira, em Maputo, anunciaram a criação de uma equipa técnica, com carácter imediato, para a avaliação das necessidades de Moçambique no combate ao terrorismo. No comunicado final da Cimeira, convocada pelo Botswana, para debater a violência armada na província de Cabo Delgado, a organização regional condena nos moldes veemente as acções dos terroristas.

De acordo com a secretária executiva da SADC, Stergomena Lawrence Tax, a Dupla Troika da SADC, que integra os países do Órgão de Defesa e Segurança e da Troika da SADC, decidiu formar e enviar imediatamente a Moçambique uma equipa técnica, para a avaliação das necessidades de apoio na luta contra a violência armada no norte de Moçambique.

Está prevista nos próximos dias uma Reunião Extraordinária do Comité Ministerial do Órgão (CMO), sendo que os resultados da avaliação serão submetidos à consideração de uma cimeira extraordinária da Dupla Troika convocada para 29 de Abril, em Maputo.

Stergomena Lawrence Tax que leu o comunicado final, disse que na mesma reunião, a SADC ressalvou que o terrorismo que ameaça distritos nortenhas de Cabo Delgado não deve ter lugar em Moçambique e nem em África, devendo ser combatido de forma adequada.

“A Cimeira da Dupla Troika recebeu um relatório da Troika do Órgão sobre a situação de segurança prevalecente em Moçambique e registou com preocupação os actos de terrorismo perpetrados contra civis, mulheres e crianças inocentes em alguns distritos da Província de Cabo Delgado, na República de Moçambique, condenou os ataques terroristas em termos mais veementes, e declarou que seria permitido que estes ataques hediondos continuem sem uma resposta regional na medida adequada. A cimeira manifestou solidariedade total e compromisso contínuo da SADC na luta pela paz e segurança na região”, destacou.

No final da leitura do comunicado, não foram permitidas perguntas, mas a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique, Verónica Macamo, disse que a equipa técnica e a equipa interministerial da SADC é que vão indicar as necessidades de ajuda para a luta contra o terrorismo na região.

Na abertura do encontro, o presidente do Órgão de Política de Defesa e Segurança da SADC e chefe de Estado do Botswana, Mokgweetsi Masisi, país que convocou o encontro, defendeu uma resposta colectiva contra os ataques terroristas, pois elas representam ameaça a toda região.

“Os ataques terroristas no norte de Moçambique são uma ameaça a toda a região da África Austral e, por isso, precisamos de uma resposta colectiva”, declarou Masisi.

A violência desencadeada há mais de três anos na província de Cabo Delgado ganhou uma nova escalada há cerca de duas semanas, quando grupos armados atacaram pela primeira vez a vila de Palma, a cerca de seis quilómetros dos multimilionários projectos de gás natural.

Os ataques provocaram dezenas de mortos e obrigaram à fuga de milhares de residentes de Palma, agravando uma crise humanitária que atinge cerca de 700 mil pessoas na província, desde o início do conflito, de acordo com dados das Nações Unidas.

No entanto, neste domingo, as Forças de Defesa e Segurança (FDS) anunciaram o controlo total da vila, 12 dias depois de troca de tiros.

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