A vila sede de Palma está sob controlo total das Forças de Defesa e Segurança. Nesta segunda-feira, o Evidências que esteve todo dia no Teatro Operacional Norte, fazendo percurso Afungi- Vila sede e vice-versa, testemunhou o brandar dos tiros que colocaram a população da vila em debandada, durante uma semana e meia.
Nelson Mucandze, em Palma
Apesar da presença visível dos militares, que controlam cada perímetro da vila, os efeitos do ataque, somados a rumores de um possível ataque depois do Ide e decapitação de um cidadão no último sábado as 22h, aumentam a tensão na vila. Perto de uma dezena de entrevistados pelo Evidências, dizem não ter mais razões para continuar em Palma.
Neste momento, há quase uma centena de pessoas na entrada do Acampamento da Total em Afungi. A chuva desta segura-feira em Palma, caiu sobre estes aflitos que querem desesperadamente abandonar a vila, depois de assistir o horror causado pelos insurgentes que incendiaram centenas de casas nas aldeias.
Entres estes que aguardam pela evacuação, num processo que leva dias, há funcionários de empresas (na sua maioria de construção) abandonadas, doentes e grávidas, para além de nativos com casas incendiadas. Muitos seguem para Pemba e outros pontos do país.
Na entrada do acampamento, aguardam por carros para chegarem ao aeródromo para seguirem viagem para Pemba. O Evidências apurou que, antes de entrarem ao acampamento, as pessoas passam por uma rigorosa triagem, tendo em conta o risco de os insurgentes se infiltrarem entre os deslocados.
Do aeródromo, são evacuados para Pemba por uma avioneta que só consegue levar menos de 11 pessoas por viagem.
A margem da fuga, no centro da vila, há resilientes que do nada tentam recomeçar a vida vendendo o que sobrou do saque dos terroristas. No entanto, tudo é vendido a preço especulativo.
Do resto, é de destacar que já se pode falar em Palma. A Vodacom restabeleceu a comunicação no sábado passado. No entanto, o serviço de dados continua lento.
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