Em menos de dois meses, três incidentes podiam ter terminado em tragédia

DESTAQUE SOCIEDADE
  • Má gestão de Pó Jorge pode custar vidas
  • Com problemas sérios de manutenção, LAM recorre a “remendos” para manter-se no ar
  • LAM paga um milhão e duzentos mil dólares de estacionamento de aviões que estão a apodrecer no Quénia

Nos últimos dois meses foram registadas pelo menos três incidentes, dois dos quais só na última semana, com três aeronaves das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que podiam ter terminado em tragédia, alegadamente devido a problemas mecânicos. Isso acontece numa altura em que a LAM não tem nenhum avião próprio, depois de ter colocado à venda os únicos Embraer 190, que até hoje continuam a “apodrecer” num hangar em Nairobi, Quénia. Há mais de dois anos e meio que mensalmente a empresa paga 40 mil dólares, a razão de 20 mil por cada aparelho, só de taxa de estacionamento, sem incluir a manutenção. A empresa, que chegou a equacionar a possibilidade de vender os aparelhos por peça, imputa a culpa de não ter conseguido consumar o negócio à Covid-19, mas reconhece que o valor de mercado dos mesmos está desvalorizado.

Sem aviões próprios, atolada em dívidas, aeronaves sem a devida manutenção e constantes problemas técnicos que colocam em causa a vida de milhares de pessoas, é assim como se caracteriza a gestão da empresa LAM, totalmente em falência técnica e financeira, situação que viria a se agravar desde a chegada de João Carlos Pó Jorge.

A actual direcção da LAM, que quando chegou tirou de circulação dois activos próprios da empresa, com a alegação de que seriam colocados à venda para uniformização da frota, está a escangalhar a companhia de bandeira, segundo fontes abalizadas na matéria.

Para além de adoptar um modelo de gestão bastante questionável, está a colocar em causa a vida de centenas de moçambicanos, por falta de manutenção regular das aeronaves das marcas Boing (dois) e Q400 (dois) actualmente em uso.

A LAM alugou um quinto avião que está há algum tempo imobilizado no hangar do Aeroporto Internacional de Maputo, por falta de matrícula para poder voar no território nacional, ou seja, a empresa está a pagar por um avião que nem sequer está a usar.

Depois de ter assumido o cargo máximo da companhia de bandeira, Pó Jorge decidiu vender as duas últimas aeronaves próprias da LAM, os Embraer 190, que há mais de dois anos encontram-se parqueados em Nairobi, Quénia, com uma taxa de estacionamento mensal de 20 mil dólares por cada avião, totalizando 40 mil pelos dois “pássaros”.

Para além de custos de parqueamento, a estatal tem ainda despesas de manutenção na sua folha de pagamento por aqueles aparelhos ociosos, que a cada dia que passa vão se transformando em sucata. LER REPORTAGEM NA ÍNTEGRA 

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