O Primeiro – Ministro, Carlos Agostinho de Rosário, admitiu, nesta quarta-feira, 21 de Abril, que o país está a receber ajuda militar dos países membros da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) no combate aos insurgentes que desde 2017 semeiam luto e terror em algumas zonas da província de Cabo Delgado.
Na sessão de perguntas ao Governo, Carlos Agostinho Rosário reconheceu que os recentes ataques ao Distrito de Palma agudizaram a situação humanitária, tendo aumento do fluxo de movimento de deslocados internos para a Cidade de Pemba e outros distritos circunvizinhos.
“Actualmente, o país regista cerca de 723mil deslocados internos, o correspondente a 157 mil famílias, das quais 140 mil estão acomodadas em vários distritos da província de Cabo Delgado e 17 mil nas províncias de Nampula, Zambézia, Niassa, Manica, Sofala e Inhambane”, disse de Rosário para depois acrescentar que o Executivo tem prestado assistência humanitária dos deslocados.
“O Governo, através do Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD)e com apoio dos parceiros de cooperação, tem vindo a prestar assistência humanitária, providenciando abrigos temporários, bens alimentares e não alimentares assim como assistência sanitária. Esta assistência humanitária está a beneficiar 715 mil pessoas que se encontram nos centros transitórios de acomodação e nas famílias acolhedoras na Cidade de Pemba e nos distritos circunvizinhos”.
A imprensa internacional adiantou que o Zimbabwe designou um contingente militar para integrar a frente do combate na província de Cabo Delgado o que, de certa forma, contraria a posição do Governo de não querer auxilio de militares estrangeiros no teatro das operações. Sem entrar em detalhes, o Primeiro – Ministro reconheceu que o país tem recebido assistência militar dos países da SADC.
“Reconhecendo o imperativo da conjugação de esforços da comunidade internacional na prevenção e combate ao terrorismo, a nível político-diplomático, temos vindo a reforçar os diferentes domínios de cooperação bilateral e multilateral, com destaque para a SADC. Não se pode perder de vista que alguns desses domínios de apoio e assistência ao combate ao terrorismo são de carácter militar. Por isso, o tratamento deste tipo de matérias sensíveis é geralmente reservado às Forças de Defesa e Segurança” disse de Rosário
Por outro lado, Carlos Agostinho de Rosário adiantou que o face do aumento do fluxo de deslocados internos, sobretudo na Cidade de Pemba e distritos circunvizinhos, o Governo constituiu um Grupo de Trabalho de nível ministerial para coordenar as acções multissectoriais de reforço da assistência a Cabo Delgado.
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