Mais prejuízos financeiros para as empresas com a suspensão da Total

DESTAQUE ECONOMIA

O sector privado continua a acumular prejuízo com a suspensão das actividades da Total na província de Cabo Delgado. Recentemente, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) actualizou os prejuízos das empresas nacionais decorrentes da suspensão do Projecto Mozambique LNG, liderado pela multinacional francesa.

No primeiro balanço que a Confederação das Associações Economias de Moçambique volvido um mês depois dos ataques, adiantou que 410 empresas fecharam as portas e 56 pessoas ficaram desempregados, tendo igualmente registado perdas significativas de receitas na ordem os 95 milhões de dólares.

Intervindo no Economic Briefing, Agostinho Vuma, presidente da CTA declarou que houve agravamento dos prejuízos aumentaram, uma vez que ascenderam a 148.11 milhões de dólares decorrentes do não pagamento de mercadorias encomendadas para alimentar o Projecto.

No que a estimativa do valor das mercadorias que foram adquiridas para fornecer ao Projecto Mozambique LNG, o preside da Confederação das Associações Econômicas disse ascende 28,50 milhões de dólares, sendo que 12,79 milhões estavam em stock e 15.72 milhões de dólares em trânsito.

“Parte considerável destas mercadorias, sendo perecível, possui um prazo de vencimento da sua validade, o que vem exacerbar as perdas decorrentes desta situação. Em suma, de acordo com a avaliação feita, o volume total de perdas registadas pelo sector empresarial estima-se em cerca de 148.11 milhões de dólares”, relatou o Presidente da CTA.

Por outro lado, Vuma considera a crise humanitária que se regista no Distrito de Palma agudizou o clima de insegurança, desconfiança e incertezas no ambiente económico, tanto para os investidores estrangeiros, como nacionais e, relativamente ao ambiente de negócios, subsistem algumas incertezas devido ao agravamento da situação da segurança em Cabo Delgado.

Se por um lado, para mitigar os feitos dos ataques dos insurgentes, a curto prazo “CTA propõe a introdução de um plano de aquisição de mercadorias das empresas afectadas; adiamento do pagamento de encargos aduaneiros e Imposto sobre Valor Acrescentado para mercadorias em trânsito; medidas fiscais excepcionais para a província de Cabo Delgado; e redução das facturas de electricidade em 50% em toda a província de Cabo Delgado”.

Por outro, a médio e longo prazos, a Confederação das Associações Econômicas de Moçambique sugere “o reforço da segurança em toda a província de Cabo Delgado; estabelecimento de linhas de financiamento para apoiar a recuperação empresarial e adesão do país a convecções internacionais de seguro contra riscos políticos”.

De referir que o Índice de Robustez Empresarial registou uma queda significativa no primeiro trimestre de 2021 face ao quarto trimestre de 2020, passando de 40% para 28%, o correspondente a uma variação em 12pp.

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