Quem escreve é a Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), numa breve narrativa que retrata a história de três adolescentes que, separados de suas famílias e longe de casa, após o ataque dos grupos armados à sua cidade, lutam para encontrar alimento e abrigo e temem pelo seu futuro.
Numa manhã comum, os amigos Bakar (13), Momad (17) e Abdala (15), vendiam bananas e pedaços dum material repleto de cor, popularmente conhecido como capulana, no mercado principal em Mocimboa da Praia – uma movimentada cidade portuária na costa Norte de Moçambique – como normalmente o faziam para angariar algum valor antes de se fazerem à escola de tarde.
De seguida, os três amigos ouviram uma comoção e se depararam com pessoas correndo entre as barracas do mercado. Eles logo se aperceberam que a cidade estava sob ataque de grupos armados, baseados na experiência de ataques semelhantes por eles vividos nos últimos quatro anos, nos quais civis foram mortos e edifícios e infraestrutura destruídos.
“A princípio pensei que uma bomba havia explodido no mercado, pois as pessoas tentavam fugir para todos os lados e em diferentes direções, pulando nas arquibancadas, derrubando frutas e vegetais ao chão. Foi um caos total”, relata Bakar.
“Não consegui encontrar uma saída, e essas pessoas más geralmente vão primeiro atrás de meninos saudáveis para “recrutá-los” para actividades criminosas”, prossegue o jovem.
Sem opção de regressar às suas famílias no meio do caos, os três amigos juntaram-se à multidão de pessoas que fugia da vila, antes de iniciarem uma perigosa viagem de várias centenas de quilómetros a pé e de autocarro até Montepuez, a segunda maior cidade da província de Cabo Delgado, em Moçambique.
Ataques e violência recorrentes perpetrados por grupos armados não estatais no Norte de Moçambique, desde outubro de 2017, forçaram quase 700.000 pessoas a deixarem suas casas. Estes Deslocados Internos (IDPs) encontram-se actualmente espalhados entre as províncias de Cabo Delgado, Niassa, Nampula, Sofala e Zambézia.
Além de mulheres e idosos, uma proporção significativa dos deslocados são crianças. Muitos testemunharam níveis chocantes de violência e bastas vezes encontram-se desacompanhados ou separados de suas famílias.
Como resultado, enfrentam graves riscos, incluindo trabalho infantil e recrutamento forçado por grupos armados – para meninos – e abuso sexual, casamentos infantis e gravidez precoce – para meninas.
A Agência das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), lidera a resposta de protecção, trabalhando com seus parceiros para identificar e fornecer apoio urgente para grupos vulneráveis, que abarca crianças que foram separadas de suas famílias, respondendo às suas necessidades mais urgentes e reunindo-as com as suas famílias o mais rápido que possível.
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