Nos dias que seguiram à invasão do distrito de Palma, quando as Forças de Defesa e Segurança já davam a situação como controlada, os insurgentes fizeram circular informações através de panfletos e mensagens verbais, dando conta que, após a celebração do Ide, iriam voltar a atacar, situação que criou alguma agitação na semana finda em alguns distritos do norte de Cabo Delgado.
O que parecia um boato de um grupo de insurgentes em debanda ganhou mais força na semana finda, quando começaram a surgir rumores de que o grupo de insurgentes estava a reagrupar-se naquele que agora é seu principal bastião, Mocímboa da Praia, na região limítrofe entre os distritos de Mueda e Palma, zona próxima de Diaka.
A movimentação intensa dos insurgentes coincidiu com o final do mês de Ramadan, o que fez disparar os alarmes de uma possível preparação de ataques tal como prometeram dias depois do ataque em Palma.
Na verdade, um pequeno grupo conseguiu entrar em Mueda, mas foi repelido sem grande resistência, tendo sido retidos alguns insurgentes que diziam estar à procura de gado para a festa do Ramadan.
Antes de serem capturados, os insurgentes fizeram circular informações boca a boca, dando conta que o ataque estava próximo, o que gerou alguma agitação na terra natal do Presidente da República, o único distrito que até hoje não foi atacado na zona norte da província de Cabo Delgado.
Dezenas de pessoas chegaram a fugir para as matas, por temerem uma invasão, como de resto aconteceu com os restantes distritos vizinhos.
Na verdade, há muito que os insurgentes projectam atacar aquele distrito, tendo tentado, por várias ocasiões, introduzir armamento de forma clandestina, em cargas de deslocados e em congeladores, mas a inteligência, que estranhamente se mostra permeável noutros pontos, tem sempre abortado todas as tentativas.
Apesar de estar localizado em Mueda, o principal comando do Teatro Operacional Norte (TON), após o ataque de grande magnitude à Palma, a população do dito planalto dos makonde anda assustada, sobretudo porque os insurgentes fizeram circular mensagens anunciando o seu retorno após o término do período do Ramadan.
Actualmente, tanto em Palma, assim como em Mueda vive-se momentos de apreensão, numa altura em que há relatos de que os insurgentes aumentaram a sua tabela de remuneração em caso de sucesso nas operações de terror que movem pelas aldeias de Cabo Delgado. Ao que tudo indica, o dinheiro que varia entre 120 mil a 240 mil meticais resulta de actividades ilegais, dentre as quais o tráfico, raptos e posterior pagamento de resgate, saque, para além do financiamento que supostamente recebem de organizações que apoiam a agressão contra o Estado moçambicano.
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