As grandes empresas Moçambicanas precisam de inovar constantemente. Só assim conseguem criar valor e tornar-se mais competitivas, assegurando que se mantêm na Liderança do Mercado Nacional
Por: Afonso Almeida Brandão
Em termos gerais, um processo de inovação pode ser orgânico ou não orgânico. Relativamente à inovação orgânica, ou seja, aquela que tem princípio e origem no interior das próprias empresas, o seu processo é frequentemente dificultado devido às estruturas pesadas e complexidade dos procedimentos comuns a todas as médias e grandes companhias.
Isto significa que a inovação não orgânica deve ser um caminho a explorar para que as médias e grandes empresas se mantenham na vanguarda. Esta é uma prática comum nos mercados mais avançados do mundo, em que as empresas fazem aquisições destartups ou executam projectos de inovação em parceria com as mesmas, que são muito mais ágeis e cheias de energia para fazer acontecer.
A inovação não orgânica pode assim surgir ou através de aquisição ou através de parcerias entre grandes empresas e startups e/ou empreendedores que, em virtude das suas características e flexibilidade, conseguem aportar novos produtos e tecnologias, mais criatividade e novas formas de encarar e abordar os permanentes desafios e oportunidades que o mercado coloca a qualquer companhia.
Naturalmente que o sucesso destas aquisições e parcerias está muito dependente quer da Cultura da Grande Empresa quer do facto de ser o mais alto nível da organização a assumir efectivamente o compromisso com a inovação.
Ao eliminar constrangimentos e bloqueios internos, a inovação não orgânica permite que as Grandes Empresas Moçambicanas (ou não!) tenham maior facilidade em inovar, tornando-se assim muito mais competitivas e aptas a triunfar nas exigentes condições de mercado. Nas situações em que as grandes empresas adquirem e transformam as startupsem centros in house, muitas vezes a opção acertada é manter as startups fora do ambiente mais corporate para que não sejam contaminadas por esse mesmo ambiente e não se perca aquilo que se procurou — a agilidade para inovar. Acresce que a inovação não orgânica em grandes empresas é também uma enorme oportunidade para que as startups e os empreendedores validem os seus conceitos, garantam sustentabilidade, aumentem a sua reputação e, consequentemente, tenham mais hipóteses de internacionalização. A aquisição de startups por parte de Médias e Grandes Empresas moçambicanas é igualmente um factor muito relevante, não só pela já aludida vantagem da inovação não orgânica, mas, também, por esta dinâmica ser, de facto, crucial para a dinamização do ecossistema do empreendedorismo moçambicano — de Norte a Sul do país, é bom que se diga e reconheça! — logo, para o surgimento, crescimento e consolidação de mais startups.
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