Economia de Conhecimento: Desafios e oportunidades na esfera de negócios 2

OPINIÃO

Por: Teodósio Camilo

No campo da Economia de Conhecimento, ou seja, Nova Economia, de forma a resolver as assimetrias do mercado, as microempresas, pequenas e médias empresa precisam de obter informação qualitativa sobre o comportamento dos diferentes factores de mercado, sobre a concorrência, bem como de outros elementos que condicionam a oferta e procura de uma variedade de produto e serviços.

As estratégias de superação que uma determinada empresa vem aplicando ao longo da sua existência, no sentido de responder as necessidades do mercado, constituem uma herança colectiva organizacional, devem ser preservadas, documentadas e partilhadas aos membros da organização para que estas constituam parte da cultura organizacional.

Neste prisma, as dinâmicas sociais e económicas determinaram o surgimento da economia de conhecimento ou economia digital, resultam da necessidade de disponibilizar informação adequada às diversas organizações nos segmentos de mercado. Assim, as organizações de negócios começaram a perceber que investir no conhecimento não é somente desejável, mas também imprescindível de forma a agregar valor organizacional no mercado, em função da valorização do património intangível efectiva e construir relações sustentáveis.

Em certos casos, o valor do mercado de algumas empresas é representado pelo seu activo intangível, o conhecimento, ou seja, património tangível, supera o valor do património financeiro e de activos tangíveis acumulados. Isto acontece porque o valor de activos de intangíveis como patentes depositadas, imagem, valor da marca, talento dos funcionários, capital intelectual agregados têm sido cada vez mais valorizados e acabam por gerar um aumento considerável do valor de acções das empresas (Terra, 2001).

Nesta visão, a criação do conhecimento ocorre quando um novo conhecimento é gerado nas organizações, a sua retenção envolve a incorporação de conhecimento em um repositório para que ocorra alguma persistência ao longo do tempo. Assim, a transferência de conhecimentos é evidente quando a experiência adquirida em uma unidade afecta os diversos membros de uma organização.

Noutra vertente, Psicólogos e Sociólogos que estudam o ramo da produção de conhecimento, defendem que a transferência de conhecimento prioriza o status-quo como uma propriedade crítica das unidades. Ressaltam que o status-quo pode ser uma propriedade de um indivíduo, da empresa, ou mesmo parte da propriedade intelectual, importante presságio de resultados de gestão do conhecimento.  

Os teóricos da esfera de conhecimento diferem na sua perspectiva, em termos de conceito da economia de conhecimento, segundo as diferentes perspectivas de análise. Na visão da Real Academia Espanhola, economia de conhecimento refere-se à prática de averiguar pelo exercício das faculdades intelectuais a natureza a qualidade das coisas.

Por seu turno, Davenport (1998) considera que a economia de conhecimento é uma mistura fluida de experiências estruturadas, valores, informação contextual e opiniões de especialistas que permitem a avaliação e incorporação de novas experiências e informação. Porquanto, nas organizações não estão contidas apenas documentos e repositórios, mas igualmente as rotinas organizacionais, processos, práticas e normas institucionais, com uma visão organizacional, o conhecimento é um recurso administrável. 

A economia de conhecimento refere-se a um conjunto integrado de informação, regras, interpretação, conexões apresentadas dentro de um determinado contexto e experiência ocorrida, em uma organização, seja de uma forma geral ou pessoal. O conhecimento reside dentro do conhecedor que interioriza racional ou irracionalmente (Muñoz & Riverola, 1997).

Portanto, a nova economia pode-se considerar um conjunto de experiências vividas dentro de um determinado contexto organizacional ou a nível pessoal, centrada na produção, distribuição, consolidação e administração de activos intangíveis que representam a visão organizacional.

Distinção entre conhecimento e informação

A compreensão minuciosa sobre a economia de conhecimento requer uma análise da distinção entre o conhecimento e a informação. A informaçãoé a matéria-prima que gere o conhecimento para que o conhecimento comunique, seja armazenado, tanto que o conhecimento surge como elaboração aprimorada e consciente da informação.

O conhecimento é um conceito mais amplo que a informação, resulta da avaliação relacionada à informação, permite fazer previsões, associações causais que possibilitam a tomada de decisões que conduzem às acções.

O conhecimento apresenta propriedades básicas. A primeira propriedade considera que o conhecimento é volátil, evolui em função das mudanças que ocorrem nos seus portadores individuais ou colectivos. A título de exemplo, uma empresa que contratou um especialista em determinada área pode obter uma vantagem competitiva no mercado, entretanto, quando este abandona a empresa, a organização perde o conhecimento colectivo. Porém, na mesma agremiação, a entrada de um novo especialista traz consigo um outro conhecimento que pode aperfeiçoar o antigo ou anular.

Para que o conhecimento se perpetue dentro de uma organização e se torne herança colectiva, deve ser partilhado pelos membros da organização, através da implementação de políticas que motivam o intercâmbio interinstitucional.

Outra propriedade assume que o conhecimento se aperfeiçoa por aprendizagem, sendo o único processo eficaz para o seu desenvolvimento e aprimoramento. Nesta concepção, as organizações que implementam estratégias de gestão de aprendizagem a aprimoram a variável fundamental na gestão eficiente de conhecimento, valorizam as experiências de aprendizagem que ocorrem ao longo da operacionalização das suas actividades.

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