Mulheres membros das Assembleias Provinciais de Manica, Sofala, Tete e Zambézia beneficiaram-se, semana finda, de uma formação sobre monitoria das actividades da indústria extractiva, organizada pela academia de mulheres do Instituto para Democracia Multipartidária (IMD).
Jossias Sixpence, Beira
Teve lugar, nos dias 29 e 30 de Junho último, na cidade da Beira, a capacitação de 40 membros das Assembleias Provinciais da zona Centro do país, na sua maioria mulheres, visando promover a participação das mulheres no debate de políticas públicas ao nível das províncias, sobretudo no que diz respeito à questão do Plano Económico e Social, Orçamento do Estado, bem como monitoria das questões ligadas à indústria extractiva.
Trata-se do segundo ciclo de formações, promovido pela academia política de mulheres do IMD, depois do primeiro que teve lugar nas vésperas das eleições, com vista a preparar as mulheres para assumirem desafios políticos ao mesmo tempo que serviu para influenciar partidos políticos para incluírem as mulheres nas suas agendas de eleições internas.
Segundo Elisa Muianga, gestora de Academia Política da Mulher, a capacitação visa dotar as mulheres de ferramentas para a sua participação no processo de fiscalização da coisa pública e da acção dos envolvidos na cadeia da indústria extractiva.
“O processo de mineração, não importa qual e a dimensão, tanto a artesanal ou mega projectos, muitas vezes traz impacto negativos para as comunidades como a poluição atmosférica, dos solos e das águas, bem como a retirada de terras que são usadas para sustento das famílias através de prática de agricultura. E nós vimos que muitas vezes este impacto recai sobre as mulheres. Será que as assembleias provinciais estão a ter atenção quando vão fazer a fiscalização sobre estes aspectos?”, indagou Elisa.
Por seu turno, Dércio Alfazema, coordenador de programas do IMD, vincou que, as acções que a sua organização tem desenvolvido, trazem um novo ímpeto no panorama político ao nível do país, no que tange a inclusão do género através da academia política da mulher.
“Esta formação de mulheres eleitas nas assembleias provinciais, com o objectivo de fortalecer as suas capacidades para uma participação mais efectiva e uma maior advocacia em prol da agenda da promoção do género a partir de políticas públicas é disso exemplo. Esta região é uma referência em termos de progressos das mulheres em cargos políticos, uma vez que apresenta 3 secretárias de estado nomeadamente nas províncias de Sofala, Zambézia e Tete e é a região onde se encontram as únicas duas Presidentes das Assembleias Provinciais em todo país”, frisou Alfazema.
Presente na abertura do evento, a secretária de Estado de Sofala, Stella Pinto Zeca lançou um apelo aos partidos políticos para que nos seus processos internos possam ter estratégias e políticas que possam fazer com que as mulheres não sejam descriminadas, simplesmente pelo facto de serem do sexo feminino.
“A indústria extractiva está mais centrada no homem e esta formação mudará o paradigma de inclusão desta camada”, reconheceu a dirigente.
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