Recentemente, onze agentes do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) foram expulsos da corporação devido ao seu envolvimento nas quadrilhas que tem semeado terror na Cidade e Província de Maputo. Reagindo a este episódio que mancha sobremaneira a corporação, A Associação Moçambicana de Polícias (AMOPAIP) defende uma profunda investigação para apurar as causas do recorrente envolvimento dos agentes da lei e ordem nos esquemas do crime organizado.
Em entrevista ao VOA Moçambique, o presidente da Associação Moçambicana de Polícias (AMOPAIP) Nazário Muanambane, mostrou-se preocupado com o envolvimento dos agentes que juraram repor a ordem e tranquilidade públicas a ingressarem no mundo do crime.
“Nós, como associação, estamos preocupados com o crescimento de condutas desviantes por parte de alguns agentes, que o Estado confiou a missão de proteger e defender o cidadão, mas acabam se desviando”, disse Muanambane para declarar que “lamentamos a situação e achamos que é preciso que seja feito um estudo aprofundado, para percebermos as causas deste tipo de comportamentos, que tendem a crescer”.
Para o presidente da AMOPAIP o envolvimento dos agentes de Serviço Nacional de Investigação Criminal não é de hoje, uma vez há sinais que desde cedo indiciam que possa haver desvios por parte dos agentes.
“Vemos jovens que vão à formação policial e depois são afectos a vários ramos e depois, em dois anos começam a exibir viaturas de alta cilindrada e mansões, e nós não questionamos, da proveniência, quando sabemos que eles mal recebem. Como associação, pouco ou quase nada podem fazer por se tratar de forças de instituições que se regem de regras e procedimentos próprios”.
Indo mais longe, Nazário Muanambane chama atenção ao Ministério do Interior para além de expulsar os que decidem reforçar o crime organizado actual a todos os níveis. “Estamos a expulsar estas pessoas e devolvê-las à sociedade, e o que é que lá na sociedade está sendo feito para essas pessoas. Não estaremos aqui a engrossar mais o crime organizado, com pessoas mais capacitadas e que foram formadas pelo Estado”
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