Por: Afonso Almeida Brandão
Há um ditado popular muito antigo que diz «o que do nada foi criado ao nada regressa». É verdade e aplica-se inteiramente à “notável (?) empresária” Isabel dos Santos, que continua no “furacão” das «bocas do Mundo» pelas piores razões… e em lugar incerto…
O império empresarial da Família angolana dos Santos está — para citar a primogénita Isabel —, “condenado à morte”. Vá lá que falamos apenas de empresas: no tempo em que José Eduardo dos Santos era Presidente, “condenados à morte” tinha sentido mais literal — e muitos milhares foram assassinados, por bala da tropa ou por tortura da sinistra Polícia Política do MPLA. Agora, que ele e ela se refugiaram no fresquinho seguro da Europa, abrigados da Justiça escaldante que procura notificá-los, querem convencer o Mundo de que são vítimas de uma “caça às bruxas”. Mas antes mesmo que os Tribunais o fizessem, a História há muito os condenou. Quem dúvida?
A fortuna escandalosa desta gente tem uma origem, que é bom recordar: José Eduardo dos Santos, filho de um pedreiro e de uma doméstica de origem santomense, era à data da Independência um mero funcionário do MPLA e levava «uma mão à frente e outra atrás». Em 1975, figurão ascendente no staff de Agostinho Neto, José dos Santos já se passeava em Luanda nos carros oficiais de alta cilindrada e a breve trexo era escolhido para integrar o Comité Central e o Politburo, ao mesmo tempo que ascendia a Ministro das Relações Exteriores. Tinha a pasta do Planeamento e Desenvolvimento Económico quando, em Setembro de 1978, por morte de Neto, foi escolhido (sob “conselho” da União Soviética, onde vivera e acabara por casar com uma jovem russa), para Presidente do MPLA, a Presidente da República e Comandante-em-chefe das Forças Armadas. Meses mais tarde, foi-lhe conferida a Presidência da Assembleia do Povo. Para deter todos estes poderes públicos, faltava-lhe apenas ser nomeado Presidente do Supremo Tribunal e Arcebispo de Luanda. Quanto ao primeiro cargo, pôde olimpicamente dispensá-lo, pois um mero telefonema seu equivalia a uma sentença. Foi, assim, entre 1975 e 1978 que José Eduardo dos Santos estabeleceu a sua primeira rede de influências e pôde começar a ganhar dinheiro a sério, misturando o Público e o Privado, metendo no bolso o que não lhe pertencia.
E foi a partir de então, aproveitando habilmente os negócios proporcionados pela guerra, que a sua Família se tornou o exemplo máximo de corrupção, nepotismo e cleptocracia. Foi daqui, e não de ter ganho o Euromilhões, que a bonitinha rapariga Isabel nasceu miraculosamente como “empresária”: do dinheiro roubado à miséria do Povo, dos Recursos Naturais (petróleo, diamantes, tudo) DESVIADOS para as suas contas bancárias por uma “claque” sem princípios e sem vergonha. Deviam, no mínimo, serem todos enforcados em Praça Pública!!!
Empresas em Angola e na Europa (e, posteriormente, em Portugal) e no resto do Mundo, “holdings”, fundos monetários em paraísos fiscais e na Suíça — nada lhes pertencem legitimamente, pois tudo tem por origem um ROUBO. Os enfeires de telenovela do “Zedu” (nome “carinhoso” como é tratado dos Santos na «intimidade» da Família) e da “Princesa Isabelinha” que não conseguem, agora, esconder a lealdade intrínseca desta gente (onde também podemos incluir a “mana” Tzizé), hoje a viver em Espanha, na cidade de Masdrid.
A procissão ainda agora vai no Adro, com todas as revelações mais incríveis a serem denunciadas na Comunicação Social de todo Mundo, a par das inúmeras ligações de gente influente também metida ao barulho… (incluindo vários Gestores, Economistas e Advogados portugueses), e de muito mais revelações que estão para chegar ao conhecimento público… Resta-nos aguardar pelos seguintes capítulos.
Têm agora a negociata “condenada à morte”? É porque Deus não dorme. E, enquanto isso, vamos aguardar serenamente pelos próximos desenvolvimentos. Que prometem novas revelações.
Um escândalo sem precedentes — condenável e vergonhoso! — a todos os títulos, que importa apurar até às últimas consequências, doa a quem doer. Sabemos que um importante passo acaba de ser dado: a pretensão da Procuradoria-Geral da República de Angola (PGR) de emitir um Mandato de Captura Internacional contra a “ilustre” empresária, não obstante «a sua defesa» argumentar tratar-se de um «procedimento injustificado», uma vez que “a visada” «está a dar toda a colaboração às Autoridades Policiais Angolanas» (sic).
Assim sendo, porque razão é que a senhora engenheira não regressa a Luanda para enfrentar pessoalmenteas acusações — e o Processo-crime em que se encontra envolvida?!… Ela pensa que engana quem?!…
Por medo ou por razões de consciência pesada…?!
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