Nhangumele revela que o projecto da ZEE foi desenhado para segurança e não previa qualquer tipo de pesca

DESTAQUE POLÍTICA

Da longa audição que decorre desde ontem (25), é de se reter alguns detalhes que descrevem a essência do projecto da Zona Económica Exclusiva (ZEE). No terceiro e quarto dia do Julgamento, depois de se ouvir Cipriano Mutota, Teófilo Nhagumele detalha que quando o projecto foi desenhado era para defender a costa moçambicana que era usado para o tráfico de armas.

Na audição que ainda decorre neste momento, Nhangumele afirma que a sua colaboração com o Serviço de Informações e Segurança do Estado (SISE), na qualidade de consultor, visava criar mecanismos para defender a Zona Económica Exclusiva (ZEE) de Moçambique.  Por outro lado, esclareceu que, mesmo não sendo funcionário do SISE, acabou por desempenhar um papel determinante para o projecto de proteção da ZEE, ainda na qualidade de consultor independente.

Nhangumele tornou público que foi através dos órgãos de comunicação que  ficou a saber que houve mudança de paradigma, ou seja, que o projecto por si desenhado pariu a Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM SA) cujo objecto social principal a actividade de pesca.

Em tribunal, olhando para a vulnerabilidade da costa moçambicana, o réu declarou que “se todos tivessem a noção dos perigos que estavam em causa, ninguém seria capaz de questionar o projecto”.

Sobre o seu envolvimento no projecto, Nhangumele explicou que começou a fazer parte do projecto numa reunião que participou na condição de convidado de Cipriano Mutota como tradutor de língua inglesa. Segundo Nhangumele, tido por muitos como o lobista, na reunião esteve Jean Boustani.

No que respeita aos números, Teófilo Nhangumele declarou que o projecto estava inicialmente orçado em 352 milhões de dólares e a primeira proposta de financiamento recaia na tentativa de constituir um sindicato da banca nacional, não obstante, foi através de um sindicato facilitado pela Credit Suisse que tal viria a acontecer, já em valores bilionários.

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