Ossufo Momade diz estar para breve retoma do pagamento de pensões de ex-guerreiros

DESTAQUE POLÍTICA

Os ex-guerreiros da Renamo, integrados no processo de DDR, que recentemente manifestaram a sua indignação devido à falta de canalização de subsídios, já podem respirar de alívio. De visita à província de Sofala, no quadro do seu interminável périplo pelas províncias, o presidente da Renamo, Ossufo Momade, assegurou aos seus homens que brevemente será retomado o pagamento da pensão de desmobilizado, um direito adquirido quando passaram à vida civil, em meados do ano passado.

A tão esperada garantia de Ossufo Momade, presidente da Renamo, principal partido da oposição em Moçambique, foi feita na noite da passada sexta-feira, no distrito de Marromeu, província de Sofala, centro de Moçambique.

“Na verdade reuni com o embaixador americano, que é o vice-presidente do Grupo de Contacto e o seu respectivo presidente. A resposta foi positiva na medida em que nós não estávamos a acompanhar os esforços que eles estavam a fazer. A retoma dos pagamentos está para breve”, assegurou Ossufo Momade.

O presidente da Renamo, que falava no âmbito de uma visita de trabalho que realiza à região, garantiu que nenhum dos seus homens foi abandonado e que o processo de desmobilização ainda está em curso. Segundo Momade, o que o grupo de contacto está a fazer são contactos junto do Banco Mundial e parceiros internacionais com vista a se disponibilizar os fundos para o pagamento.

“Sabem muito bem que a desmobilização está a ocorrer, não é neste momento em que tudo vai acontecer na mesma altura, ninguém foi abandonado. Eles estão a trabalhar com o Banco Mundial e vários organismos para que possamos ter a pensão dos desmobilizados”, afirmou.

Há dias, apertado pelos guerrilheiros, o secretário-geral da Renamo, André Majibire, foi quem revelou que cerca de mil antigos guerrilheiros que aderiram ao DDR estão sem receber pensões há seis meses, e na altura caracterizou de preocupante o silêncio do governo e dos parceiros internacionais em relação à matéria. É que cada um dos desmobilizados da Renamo entregou a sua arma com garantia de pagamento de pensão vitalícia e financiamento de projectos de geração de renda,

Hoje, Ossufo Momade pede calma aos ex guerrilheiro e promete que “todos vão ter. Tenham calma de esperar que isto vai acontecer, eu estou a falar com toda responsabilidade como o presidente da Renamo e comandante em chefe das forcas da Renamo. Não vou dar o prazo porque eles estão a trabalhar e têm fé que isto vai acontecer ”, frisou.

O entendimento assinado em Agosto de 2019, foi o terceiro entre o governo da Frelimo e a Renamo, tendo os três sido assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.

No âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, pouco mais de metade dos cerca de cinco mil guerrilheiros da Renamo foram abrangidos pelo DDR, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas.

O acordo é contestado por um grupo de dissidente daquele partido de oposição, o autoproclamado Junta Militar da Renamo, ao qual são atribuídos os ataques a alvos civis e do Estado no centro do país, com um saldo de pelo menos 30 mortos, desde 01 de Agosto de 2019.

O grupo, chefiado por Mariano Nhongo, um general da guerrilha da Renamo, acusa a actual liderança do partido de ter traído os ideais do falecido presidente da organização, Afonso Dhlakama, nos compromissos que assumiu com a liderança do executivo da Frelimo.

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