Na campanha 2021/22, o preço de referência para os produtores de castanha de caju vai sofrer um agravamento de 16,2 por cento, ou seja, em vez dos 37 meticais pagos na campanha passada, na campanha que se avizinha o quilo vai custar 43 meticais. A informação foi partilhada recentemente pelo Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural durante a primeira sessão do Comité de Amêndoas, evento que juntou os produtores, comerciantes e processadores de castanha de caju, que teve lugar na Cidade de Maputo.
No encontro, o Vice Ministro da Agricultura, Olegário Banze, explicou que o Preço de Referência ao Produtor traduz a vontade expressa do governo de assegurar que todos os actores da cadeia de valor do caju sejam devidamente remunerados.
“O Preço de Referência ao Produtor traduz a vontade expressa do Governo de assegurar que todos os actores da cadeia de valor do caju sejam devidamente remunerados, que é uma condição básica para um maior envolvimento e comprometimento dos actores nos momentos de comercialização e industrialização do caju e consequentemente do crescimento sustentável que todos almejamos”.
Segundo Banze, a intervenção do Governo na busca de alternativas para o resgate financeiro da indústria do caju evidência o quão interessados estão em ver esta indústria a crescer, contribuindo para a geração de empregos e a geração de valor do caju.
Na próxima campanha, o Executivo espera que seja alcançado a meta de produção de 160 mil toneladas o que, de certa forma, poderá representar um crescimento de cerca de 12 por cento em relação a campanha finda onde foi possível comercializar um total de 145 mil toneladas.
“Todos nós que trabalhamos nestas cadeias de valor temos que ser devidamente remunerados e com equidade. A liberalização do preço da castanha (de caju) que nós fizemos nos finais da década de 90 pressupunha o aumento da concorrência e a melhoria do Preço ao Produtor, mas na prática não é o que aconteceu”.
“Não tendo sido, precisamos de abordar a cadeia de valor do caju novamente daí que enveredamos pelo caminho de procurar um preço de referência que vai facilitar os comerciantes e processadores, mas sobretudo para que os produtores se sintam devidamente remunerados e tenham força para de ano em ano melhorarem a qualidade da amêndoa, aumentarem a produção e a produtividade e conseguirem que a castanha de caju seja cada vez mais competitiva”.
Por sua vez, o director-geral do Instituto de Amêndoas, Ilídio Bande acrescentou que o incremento em 43 meticais o quilo representa um crescimento de 16,2 por cento nos rendimentos dos produtores comparativamente aos 37 meticais pagos na campanha passada.
“De Janeiro a Setembro deste ano, verifica-se um aumento do preço de amêndoa a nível internacional. Portanto, se antes rondava por 2.3 dólares, agora está a 3.5”, afirmou Ilídio Bande para posteriormente acrescentar que o preço de referência pode sofrer alterações, embora não acima de 10 por cento. “Significa que pode oscilar dez por cento a menos ou a mais dos 43 meticais, mas isso deve acontecer dentro dos interesses dos produtores e compradores”.
Importa referir que o Preço de Referência para os Produtores de castanha de caju deverá em seguida ser aprovado pelos ministros da agricultura e da Indústria. A campanha de comercialização da castanha de caju inicia em Outubro do ano em curso e prevê-se a venda de cerca de 160 mil toneladas desta amêndoa.
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