Em Abril do ano em curso, depois de mais uma investida dos insurgentes, a multinacional francesa Total decidiu suspender as suas actividades na Bacia do Rovuma, tendo transferido os equipamentos que seriam usados no seu projecto de exploração de gás natural naquele ponto do país para as Ilhas Mayotte e vincado o barulho das maquinas só seria escutado assim que fossem acauteladas todas as questões de segurança. Nesta quarta-feira, 29 de Setembro, Adriano Maleane, ministro das Finanças, declarou que o Executivo espera que a multinacional francesa retorno antes do prazo proposto.
Em Maio, depois da reunião que teve com o presidente da Total, o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi, garantiu que a gigante francesa de óleo e gás vai regressar a Moçambique quando tudo estiver calmo.
“A Total pode exigir que haja tranquilidade e haja paz para desenvolver os seus projetos económicos. Tem ajudado em termos de responsabilidade social, com hospitais e escolas, ajudaram na distribuição de água à população”, disse o Chefe do Estado para depois reiterar que “a Total só voltará quando tudo estiver calmo”
Entretanto, com o auxílio do contingente ruandês e da Força do Estado de Alerta da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, as Forças de Defesa e Segurança conseguiram grandes avanços na luta contra o terrorismo. O sucesso no teatro das operações fez com que o Governo desse aval para a população regressar às regiões que num passado recente estavam nas mãos dos insurgentes.
Recentemente, nas comemorações alusivas ao 57º aniversário das Forças Armadas de Moçambique, o Presidente da República não escondeu o desejo de ouvir o barulho das maquinas nos megaprojectos, tendo por outro lado garantido que brevemente poderão ser visíveis os trabalhos de prospecção desenvolvidos na província.
“As empresas que deixaram de estar na zona, não saíram porque queriam sair, não foi por belo prazer, saíram porque eram zonas de guerra. Acreditamos que logo que esta questão estiver esclarecida ninguém vai querer perder uma oportunidade de explorar o que aquela zona tem”.
Nesta quarta-feira, 29 de Setembro, no Fórum sobre a Resiliência em África, o ministro das Finanças, Adriano Maleiane, declarou que o regresso da Total poderá acontecer antes do prazo estipulado petrolífera.
“Penso que o prazo esperado de atraso das obras talvez seja reduzido porque apontámos um ano como o tempo necessário para permitir o recomeço do projecto, mas olhando para a situação, hoje, penso que não vai ser esse o caso, estamos a fazer o nosso melhor”, disse Maleiane.
Ainda no Fórum sobre a Resiliência em África, evento organizado pelo Banco Africano de Desenvolvimento, olhando para o actual cenário que se vive na província de Cabo Delgado, o titular da pasta de Finanças no Governo de Filipe Nyusi mostrou-se optimista no que respeita ao recomeço das obras da multinacional francesa antes do prazo avançado.
“A perspetiva é boa porque a paz está a manter-se, as pessoas deslocadas estão a voltar às suas casas, e estamos agora no processo de criar condições para voluntariamente virem para casa e não simplesmente desejar vir para casa um dia”, acrescentou Maleiane.
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