– Na referida carta Nyusi apresenta Credit Suisse como solução de financiamento
Acaba de ser revelado o conteúdo de uma carta assinada por Filipe Nyusi, na qualidade de ministro da Defesa a 14 de Janeiro de 2013, solicitando a Manuel Chang a aprovação de garantias para o empréstimo a favor da empresa Proíndicus, no âmbito do Projecto de Monitoria e Protecção da Zona Económica Exclusiva.
Os primeiros indícios do envolvimento de Filipe Nyusi começaram a surgir quando os primeiros documentos por si assinados no esquema das dívidas ocultas começaram a surgir, no entanto, foi considerado pelo tribunal como sendo pessoa desinteressada no processo.
Entretanto, sua carta Nyusi apresenta a Credit Suissee como a solução para financiar o projecto e sugere como razão o facto de o valor necessário para a implementação do referido sistema ser bastante elevado. Chega mesmo a dar a entender que esteve a frente das negociações com o Credit Suisse.
“Queira Excelência receber os meus cumprimentos e a manifestação de apreço pela entrega abnegada de Vossa Excelência à missão incumbida. No decurso do transacto ano de 2012 as Forças de Defesa e Segurança concluíram o processo de pesquisa e selecção de um sistema de Monitoria e protecção da Zona Económica Exclusiva (ZEE), depois de terem analisado várias propostas de equipamento e soluções para lidar com as questões de protecção dos nossos recursos marinhos e das infra-estruturas envolvidas nas actividades de exploração e prospecção petrolífera”, disse Nyusi.
Prosseguindo, o actual Presidente da República referiu que “Entretanto, a proposta escolhida comporta recursos financeiros que se situam acima das capacidades financeiras do orçamento geral do estado (OGE) poder absorver. Como resultado, iniciou outro processo de identificação de instituições financeiras internacionais que estariam interessadas em conceder créditos para financiar esta solução. Feitas todas as diligências identificou-se a CreditSuisse (CS) para realizar este desiderato. Após várias negociações com a CS, as partes chegaram a um entendimento, que se encontra consubstanciado nos termos de Acordo (TA), em anexo ao presente documento.
Nesse sentido, vimos pela presente submeter os termos do acordo e solicitar V.Excelência o Ministro das Finanças, na qualidade de Representante da República de Moçambique, neste caso, para proceder a assinatura dos mesmos”, conclui.
Visivelmente incomodada, a magistrada do Ministério Público, Ana Sheila Marrengula, que tem estado a usar a prova produzida de forma selectiva para proteger Nyusi, buscou um outro documento para tentar desvalorizar a carta, dando a entender que, antes, Scandar Safa, dono da Privinvest, havia enviado uma outra missiva dirigida ao antigo Presidente da República, Armando Guebuza, ao que Do Rosário rebateu.
“Parece que estou a ser forçado a ir para uma tendência… Estou interessado em responder todas as perguntas, mas estão a empurrar-me para um lado”, denuncia o réu, escancarando a estratégia do juiz e do Ministério Público que consiste em diluir os assuntos, para afastar toda a ligação de Nyusi às dívidas ocultas.
Refira-se que o réu havia citado o ministro da Defesa, ontem, como sendo quem indicou os dois membros da Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), que assume como sendo os únicos elementos com quem seguiu a Kiel, na Alemanha, onde foram visitar os estaleiros navais da Privinvest.
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