Cerca de um terço das pessoas doentes não usa ou não tem acesso a serviços de saúde

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Em Moçambique, um terço das pessoas não usa ou não tem acesso aos serviços de saúde de acordo com o Inquérito sobre o Orçamento Familiar (IOF 2019/2020), que destaca que dos 6.495 indivíduos que se referiram à necessidade de saúde, 1.785 o que corresponde a 32,6% não consultaram um agente de saúde, instituição de saúde ou médico tradicional, enquanto os demais 4.711, correspondente a 67,4% declararam utilizar algum tipo de serviço profissional de saúde.

Entre as principais causas para doentes ou feridos, sobretudo nas zonas rurais, não fazerem consultas estão a distância em relação a unidade sanitária com 48,2%, mas também há quem acha que não era necessário (37,4%) e outros por falta de transporte para chegar ao local de consulta (15,8%).

O maior índice de pessoas que não usam os serviços de saúde está na província de Zambézia com 45,8% de pessoas que não fizeram consulta e as razões de não fazer consulta estão associadas a falta de transporte (23,1%), os centros de saúde estarem distantes (69%) e porque as pessoas acham que não é necessário (22,6%).

O estudo constatou, no entanto, que quanto maior for o nível de instrução do chefe do agregado familiar, a percentagem de pessoas que não fazem consultas diminui e quanto ao sexo, os homens são os que menos frequentam as consultas com 31,4%, e, destes, 42,8 % alega que os hospitais e centros de saúde estão distantes, 41,2% acha que não é necessário, 13,4% alega falta de transporte, 11,9% outros motivos e 5,5 % que as consultas são caras.

Por seu turno, as mulheres são as que mais aderem as consultas, sendo que uma percentagem de 31,0 destas é que não aderiu as consultas, 52,5% por causa da distância, 34,4% por achar que não é necessário, 17,8% por falta de transporte, 10,6% por outros motivos e 4,2% por acharem as consultas caras.

Em relação a área de residência, na zona urbana 21,5% das pessoas não fizeram as consultas, destas, 67,4 % diz que não acha necessário. Nas zonas rurais 35,5% das pessoas não vão as consultas e 57% desta alega que os locais das consultas são distantes. (Neila Sitoe)

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