Foi assassinado há mais de oito anos numa caravana da campanha do MDM
Depois de quase oito anos de letargia e aparente negação à justiça, o Tribunal Judicial da Província da Zambézia, agendou para o próximo dia 20 do mês em curso, o julgamento do Processo 55/2014, com vista a responsabilização dos autores do assassinato de Maxi-Love, músico de Quelimane alvejado mortalmente por um agente da Polícia da República de Moçambique (PRM), à data dos factos, afecto a Residência Oficial do Governador.
De acordo com o jornal Diário da Zambézia, no dia da sua morte, o músico, Jaime Paulo, ou simplesmente Maxi-Love (nome artístico), participava numa caravana do Movimento Democrático de Moçambique (MDM) e do candidato, na altura, Manuel de Araújo.
Neste dia, na zona da marginal, um agente da PRM, afecto à Unidade de Protecção de Altas Individualidades, por sinal, guarda do governador da Zambézia, Joaquim Veríssimo, alvejou mortalmente o músico que se encontrava num camião em que seguiam outros membros, conforme noticiou em primeira mão na altura o Diário da Zambézia, na edição do dia 09 de Dezembro de 2013.
Na altura, o Ministério Público chegou a abrir um processo acusando o agente da polícia de ter praticado homicídio e o processo foi remetido ao Tribunal Judicial da Província da Zambézia, nessa altura, na 3ªSecção que estava na gestão de uma juíza identificada por Flávia.
Suspeita-se que por tratar de um processo político, em que o agente cumpria ordens emanadas pelo partido Frelimo, a juíza engavetou-o e mesmo perante pressão da imprensa e da sociedade civil.
Na altura a juíza chegou a simular um julgamento à revelia do réu que supostamente se encontrava em parte incerta, mas a defesa do Maxi-Love, que na altura era a Liga dos Direitos Humanos, recorreu ao Tribunal Superior de Recurso de Nampula onde após análise minuciosa, o tribunal manteve a mesma posição segundo a qual, o agente da polícia deveria ser julgado, portanto, nada obsta.
Flávia foi transferida da Zambézia e mais uma vez o processo ficou engavetado por uma outra juíza.
Diário da Zambézia diz ainda que, há sensivelmente duas semanas, a Juíza Natércia Gerónimo, notificou as partes e marcou a sessão de julgamento para o dia 20 do próximo mês de Outubro.
Vale lembrar que passam-se sensivelmente oito anos do assassinato do músico zambeziano Max-love e no dia da Juventude, 12 de Agosto do corrente ano, Manuel de Araújo, edil de Quelimane, foi contundente ao acusar a justiça de não fazer nada para o esclarecimento do Caso Maxi-Love e de outros processos ligados a intolerância política.
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