Chiquinho Conde: “Esta é a minha cadeira de sonho e a minha longevidade nela depende dos atletas”

DESPORTO DESTAQUE

Francisco Queirol Conde Júnior, conhecido nos meandros desportivos por Chiquinho Conde, foi nesta terça – feira, apresentado oficialmente como novo seleccionador nacional de futebol. O antigo capitão dos Mambas, por sinal legitimo substituto de Horácio Gonçalves, mostrou-se orgulhoso por ter merecido a confiança dos jogadores e da Federação Moçambicana de Futebol para dirigir os destinos do futebol nacional. Naquele que é a sua cadeira de sonho, Conde não prometeu milagres, mas quer recuperar o ADN dos Mambas, tendo igualmente adiantado que vai convocar o veterano Domingues para os próximos compromissos.

De acordo com o presidente da Federação Moçambicana de Futebol, Feizal Sidat, Chiquinho Conde é um treinador competente e além da seleção principal vai ainda orientar a selecção de esperanças, ou seja, os sub-23

“É uma honra e privilégio estar aqui. Tive a honra de trabalhar com ele quando ele era atleta da selecção nacional. Trouxemos o Chiquinho Conde por saber que é um treinador competente, com qualidade, que conhece a selecção. Acreditamos que podemos lograr sucessos com as nossas selecções A e sub-23. Será nosso seleccionador nacional nos próximos dois anos”, disse Sidat.

Para Francisco Queirol Conde que regressa ao activo depois de ter deixado o comando técnico dos sub-23 do Vitória do Setúbal, é um enorme privilégio orientar a seleção de todos os moçambicanos.  

“É um orgulho estar aqui. É uma tarefa enorme. Uma missão patriótica que vou abraçar. Mas é também espinhosa, porque os moçambicanos estão ávidos de vitórias. Precisam de alegria. Quero poder transmitir aos atletas essa alegria, o orgulho e a satisfação de representar a selecção nacional. O futebol é o ópio do povo. O mesmo percurso que tive na selecção foi fantástico. Contudo, é importante referir que os Mambas, como selecção, nunca ganharam nada em termos de título. O sucesso é também conquistar os moçambicanos, seguir os passos que foram traçados por todos”, disse o novo treinador dos Mambas.

Falando da actual realidade do futebol nacional em o combinado nacional soma mais derrotas que vitórias, Conde preferiu ser realista. “Não trago nenhuma varinha mágica. Mas quero poder ajudar a todos aqueles que forem convocados a perceber que estamos diante de uma missão patriótica. Uma missão na qual devemos disputar cada bola como se fosse o último lance. Se nós tivermos isto, este carácter, estaremos mais próximos de alcançar aquilo que é o nosso objectivo. Quando se perde é um momento de aprendizado para se conseguir várias vitórias. É isto que vamos abraçar”.

 “A selecção será Domingues e mais dez”

Naquela que considera a sua cadeira de sonho, o antigo capitão dos Mambas que exprimir o máximo do talento dos jogadores nacionais que jogam fora de portas. “Nunca tivemos na história do futebol nacional vários jogadores a jogarem no estrangeiro. De grande capacidade. E temos de trazer estes vários atletas para ajudarem a nossa selecção, o nosso País. Trazê-los a selecção de modo a terem o mesmo desempenho que têm nos clubes”.

Luís Goncalves foi demitido por não ter conseguido qualificar Moçambique para o CAN e Horácio Gonçalves por a sua ideia de renovação pariu decepção e clivagens no balneário dos Mambas. O antigo jogador do Sporting, Belenenses e Vitória de Setúbal sabe que a sua permanência na cadeira de sonho depende dos resultados, tendo adiantado que já vinha conversando com Luís Gonçalves sobre a selecção nacional.

“Esta é a minha cadeira de sonho. A minha longevidade nela depende também dos atletas: das bolas que batem nas barras e entraram ou saem. Eu tenho valores muito altos. E, em termos futebolísticos, os meus valores chamam-se Mambas. Não falei com Horácio Gonçalves, mas falei durante muito tempo com Luís Gonçalves, um amigo meu de longa-data. Falamos de tudo e acho importante também buscar esta experiência de quem já cá esteve”.

Falando do ambiente deixado pelo antigo treinador do Costa do Sol no balneário do combinado nacional, Chiquinho Conde assumiu que quer recuperar o ADN dos Mambas, ou seja, jogar futebol com alegria.

“A selecção não está fragmentada. Mas precisamos de uma estrutura forte para poder tornar a equipa também forte. Uma estrutura que envolve todas as pessoas ligadas à selecção nacional. Queremos recuperar o nosso ADN. Jogarmos com alegria. Sermos destemidos. Jogarmos sem medo e em casa mandarmos nós. Quero que a mensagem do seleccionador passe ao balneário”.

“Temos de capitalizar sempre o que temos de melhor aqui: os melhores laterais, melhores avançados, melhores médios. Jogadores virtuosos. Teremos um sistema cultural que privilegia o jogador moçambicano, aquele que tem o prazer de jogar. Serei rigoroso na táctica. Infelizmente não terei muito tempo para treinar, porque só temos apenas cinco dias para trabalhar”.

Dominguez e Mexer foram alguns dos jogadores riscados por Horácio Goncalves nas primeiras quatro jornadas da primeira fase de qualificação ao Campeonato do Mundo Qatar-2022, contudo será pela mão do antigo camisola dos Mambas que voltarão a defender as cores da bandeira nacional e já uma certa sobre Domingues. O puto maravilha vai regressar na próxima convocatória e tem via aberta para ser titular.

O meu primeiro critério de convocação será a qualidade. O historial na selecção também fará também a sua diferença. A renovação é constante, mas faz-se de forma paulatina e progressiva. Nós iremos chamar sempre os melhores atletas do país. Domingues é o capitão da equipa. Mas, se quiserem saber, a selecção será Domingues e mais 10”, sentenciou

 

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