Renamo exige que o Governo torne público o acordo entre Nyusi e Kagame

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A chegada das tropas ruandesas no teatro das operações espevitou as Forcas de Defesa e Segurança no combate contra os grupos armados que desde 2017 semeiam luto e terror na província de Cabo Delgado. Entretanto, apesar do aparente sucesso da missão dos dois mil homens enviados por Paul Kagame, a Resistência Nacional de Moçambique (Renamo) exigiu ao Governo a divulgação do acordo assinado entre Filipe Nyusi e o seu homólogo ruandês.

Cabo Delgado caminha a passos largos de ser uma província totalmente libertada. As três forças que se encontram no teatro operacional conseguiram recuperar algumas zonas que estavam nas mãos dos terroristas. Contudo, o facto do Presidente da República ter solicitado ajuda do Ruanda para repor a ordem e tranquilidade continua a ser discutido na Assembleia da República.

O porta – voz do maior partido da oposição em Moçambique, José Manteigas exigiu para que fosse tornado público o acordo que culminou com a chegada das tropas ruandesas ao país para combater o terrorismo. “O que se exige é que nos apresentem o acordo que o Presidente da República assinou com Paulo Kagame”, disse Manteigas para depois desvalorizar o argumento apresentado pela Frelimo.

“Disseram os deputados da Frelimo que em Cabo Delgado há desordem e não conflito armado. E os moçambicanos questionam-se: se assim é, qual o fundamento para recrutar forças estrangeiras? Afinal, as nossas Forças de Defesa e Segurança (FDS) não tem capacidade para acabar com uma simples desordem?”, questionou.

indo mais longe, Manteigas chamou de cobardes aos deputados do partido no poder por terem estado a favor do Presidente da República tenha decidido sobre a entrada de tropas estrangeiras sem consultar a Assembleia da República.

“há uma exclusão dos moçambicanos dos processos de decisão, quando o parlamento é colocado à revelia, considerou, perguntando se não se estará perante uma nova negociata que põe em causa os recursos do país”, atirou

Respondendo as acusações do deputado da Renamo, em representação da Frelimo, António Boene justificou que não existe qualquer disposição constitucional ou legal que confira à Assembleia da República o poder de fiscalizar ou monitorar a política de defesa e segurança ou autorizar o chefe de Estado acerca de estratégias naquela área.

“A Constituição é omissa relativamente aos procedimentos que devem ser respeitados para se convidarem tropas estrangeiras para agir no nosso país em apoio às nossas Forças de Defesa e Segurança”, justificou o deputado da Frelimo.

Por outro lado, António Boene declarou que a exigência da oposição “não é chamada ao presente caso pelo facto de se estar perante acordos assumidos pelo Estado”.

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