Moçambique introduz vacina contra o cancro do colo do útero a partir do dia 24

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A partir do próximo dia 24 de Novembro corrente, Moçambique vai introduzir no Sistema Nacional de Vacinação a vacina contra o cancro do colo do útero, que terá como público-alvo meninas com nove anos de idade.

A vacina é do tipo intramuscular e será administrada em duas doses, separadas por um intervalo de seis meses, tendo em conta o público alvo. o Ministério da Saúde apela a todos os pais e encarregados de educação a levarem as suas crianças a vacinar.

Trata-se de um passo importante na luta contra o cancro do colo do útero, que se insere no âmbito dos esforços de prevenção e controlo da doença no país, visando reduzir a morbi-mortalidade.

Este passo foi possível graças à colaboração entre o Governo, através do Ministério da Saúde, o Gabinete da Primeira-Dama da República de Moçambique e parceiros. O cancro do colo do útero é provocado pelo Papiloma Vírus Humano e é um problema de Saúde Pública em muitos países do mundo, incluindo Moçambique.

Anualmente, o nosso país regista 5.622 novos casos e 4.061 mortes (o que representa uma média de 11 mortes por dia), e uma taxa de letalidade de 72%. O cancro do colo do útero pode ser prevenido, desde que a mulher seja vacinada antes de iniciar a actividade sexual.

No mês passado, o país fez mais uma vez parte do movimento global Outubro Rosa, numa altura em que o cancro, sobretudo os do colo do útero e da mama, continua uma grande preocupação.

Só no ano passado, cerca de 25 mil pessoas foram diagnosticadas com diversos tipos de cancro e 17 mil pessoas morreram devido a complicações.

Os cancros do colo do útero e da mama são os que mais chamam atenção, afectam mulheres em idades produtivas, que variam de 30 a 45 anos. Ano passado, 4.300 mulheres foram diagnosticadas com o colo do útero e 1.400 com cancro da mama, revelou a Primeira-Dama da República, Isaura Nyusi, no lançamento da campanha de sensibilização para prevenção e diagnóstico do cancro da mama, conhecido como “Outubro Rosa”.

Para reverter este quadro, o Governo conta com a parceria da Embaixada dos Estado Unidos da América (EUA), que só este ano já investiu 420 milhões de dólares para apoiar na luta contra o HIV/SIDA. Deste montante, 5.5 milhões são direccionados à prevenção, diagnóstico e tratamento do cancro do colo do útero.

“Moçambique tem feito progressos na luta contra o cancro, principalmente no cancro do colo do útero, que mais mata. Anualmente, 3.400 mulheres morrem devido a este cancro” explicou Dennis Hearne, embaixador dos EUA em Moçambique.

Segundo este dirigente, as mulheres com HIV/SIDA têm maior probabilidade de desenvolver cancro do colo do útero, razão pela qual o maior investimento vai para o tratamento do HIV/SIDA.

“Esta parceria tem sido fundamental; os resultados da parceria já são notórios em 2021, 160 mil mulheres com HIV/SIDA foram diagnosticadas com este tipo de cancro e nove mil foram tratadas. O Governo dos EUA e de Moçambique estão a trabalhar para eliminar este cancro até 2030”, revelou o embaixador.

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