Moçambique precisa de reformas para alcançar o crescimento previsto para 2022 – defende economista da ONU

ECONOMIA

O Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UNDESA) tornou público o relatório sobre a Situação e Perspectivas Económicas Mundiais para o presente ano. Segundo aquele documento, a economia de Angola não deve recuperar até 2023, enquanto Moçambique tem de priorizar as reformas estruturais para acelerar o crescimento de 3,8% previsto para o presente ano.

Helena Afonso, economista da ONU, tem acompanhado de perto a evolução da economia dos países falantes de língua portuguesa ao nível do continente e observa que Moçambique, mesmo debatendo-se com a situação do terrorismo na região norte e pandemia da covid-19, precisa adoptar reformas para acelerar a previsão de crescimento de 3,8% para este ano.

“A economia cresce de forma frágil e excessivamente concentrada no setor extrativo, e apesar de a prioridade e ser gerir os efeitos da pandemia e resolver a insegurança em Cabo Delgado, a médio prazo são necessárias reformas estruturais nas infraestruturas para melhorar o crescimento e sustentar a recuperação económica”, explicou Helena Afonso numa entrevista concedida a Lusa.

A economista que defende, por um lado, que “os constrangimentos da pandemia e a situação em Cabo Delgado continuam a limitar o crescimento económico, mas tem sido mitigado pelas exportações de matérias-primas materiais”, observa que o aumento da produção de gás natural na Bacia do Rovuma, exportações de carvão, alumínio e projectos de infraestruturas em mineração e energia vão contribuir para o crescimento da economia moçambicana na ordem dos 3,8%.

Por outro lado, Afonso considera que o escândalo das dívidas ocultas, que eclodiu em 2016, limitou o investimento público, destacando que Moçambique voltou a recuperar a confiança dos doadores internacionais.

“O país ainda sente os efeitos da os problemas da dívida de 2016, que limitaram o investimento público. Os doadores internacionais voltaram a envolver-se com Moçambique dadas as necessidades da pandemia e do conflito no norte”.

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