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Trabalhadores da Açucareira de Xinavane paralisam actividades

Os  trabalhadores da Açucareira de Xinavane, do grupo Tongaat Hulett, no distrito da Manhiça, província de Maputo, estão em greve, há oito dias, em reivindicação de melhores salários. Com a greve que teve início no dia 31 de Janeiro, as actividades na Açucareira de Xinavane foram paralisadas e os trabalhadores estão dispostos a continuar a reivindicar de forma pacífica até que as suas preocupações sejam respondidas positivamente.

Desde o passado 31 de Janeiro que não se ouve o rufar das máquinas na Açucareira de Xinavane, uma vez que os mais de três mil trabalhadores decidiram paralisar as actividades com vista a pressionar o patronato a melhorar as condições salariais e pagamento de bônus de produção referente aos anos 2020 e 2021. 

No presente, segundo uma fonte do comité sindical, apenas os seguranças, electricistas e bombeiros é que continuam com as suas actividades normais, por estarem ligados contratualmente à empresas terceirizadas que prestam serviços à aquela fábrica.

A fonte referiu que a greve é legal, uma vez que os trabalhadores, bem representados, comunicaram à empresa, através do Sindicato Nacional da Indústria do Açúcar, que entrariam em greve em forma de protesto contra a tabela salarial em vigor.

Remetemos a carta para Sindicato Nacional da Indústria do Açúcar e para a direcção da empresa, comunicando que entraríamos em greve. O nosso pedido foi de 14 dias, partindo do dia 31 de Janeiro até dia 14”, declarou a fonte, para depois acrescentar que no dia 01 de Fevereiro em curso a empresa prometeu se pronunciar num intervalo de cinco, mas tal não veio a acontecer.

“Exigimos o pagamento de bônus referentes aos anos de 2020 e 2021. Temos direito de receber bônus de dois anos, mas só recebemos bónus correspondentes a uma semana de trabalho e isso não é justo, por isso decidimos paralisar as actividades para exigir o que é nosso de direito”, declarou.

Continuando, a fonte destacou que as classes salariais na Açucareira de Xinavane são categorizadas em códigos. Os operários agrícolas, que pertencem a classe A-1, auferem 160 meticais por dia. Por sua vez, os trabalhadores da classe A-2 ganham 232 meticais diários, enquanto os funcionários da categoria B-1,2,3 são os mais remunerados da empresa.

“Os trabalhadores que estão na categoria A-1 são os que recebem o salário mínimo. E perante o elevado custo de vida decidimos paralisar as actividades para o patronato melhorar as nossas condições salariais, porque com 4500 meticais é difícil sobreviver”, lamentou.

Os trabalhadores afectos às machambas reivindicam mudança de carreira, uma vez que a Açucareira de Xinavane privilegiou os funcionários, os trabalhadores afectos à área fabrica, o que, de certa forma, enfureceu os operários agrícolas.

“À direcção, propomos mudanças de letras para estarmos na categoria B. Só por ter essa letra a pessoa pode auferir mais do que vinha auferindo anteriormente. A pessoa que está na classe B-1 recebe no mínimo sete mil meticais. Pedimos à empresa para fazer uma revisão geral dos salários”.

Empresa promete falar no dia 08 de Fevereiro

Em representação dos trabalhadores, os Sindicatos levaram um documento com dez exigências para a mesa de negociações com a direcção da Açucareira de Xinavane. Entretanto, o patronato aceitou oito das 10 reivindicações da classe operária, ignorando a questão da mudança de carreira e do pagamento dos bônus referentes aos anos de 2020 e 2021.

Ainda de acordo com a nossa fonte, os trabalhadores vão continuar com a greve pacífica até o dia em que a empresa responder às suas reivindicações.

Contactada pelo Evidências, a direcção da Açucareira de Xinavane, sem adiantar detalhes, confirmou a paralisação das actividades e prometeu se pronunciar sobre o assunto nesta terça- feira, 08 de Fevereiro.

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