Marracuene e Manhiça ganham cooperativa moderna de produtores agrícolas

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Foi, recentemente, lançada, no distrito de Marracuene, província de Maputo, uma cooperativa moderna de produtores agrícolas. Trata-se da Cooperativa de Desenvolvimento Agrário do Sul de Incomáti (COOPDASI). Esta nova empresa colectiva e solidaria, cuja contou com apoio da Cooperação Canadiana através do Projecto do Empoderamento Economico das Mulheres Rurais (PAEF), pretende eliminar aquele que era o calcanhar de Aquiles dos produtores de Manhiça e Marracuene, ou seja, o escoamento e a comercialização dos produtos. Se por um lado, o administrador de Marracuene, Shafee Sidat, falou da aposta do Governo na agricultura. Por outro, o director das operações da SOCODEVI, destacou o empoderamento das mulheres para garantir a ligação entre o sector produtivo e sector comercial.

Na qualidade de representante do Governo na Assembleia Geral Constitutiva da Cooperativa de Desenvolvimento Agrário do Sul de Incomáti, o administrador do Distrito de Marracuene falou das iniciativas do Governo para estimular a prática da agricultura no país.

“O nosso objectivo quando apoiamos essas cooperativas é para fazer valer o esforço dos agricultores, não é apenas para criar. Estamos a fazer valer todo o trabalho que eles estão a fazer. Estamos preocupados com a agricultura no distrito e mobiliamos acções para apoiar a agricultura. O nosso objectivo é que a agricultura no distrito esteja em primeiro lugar”, declarou Sidat para depois anunciar a construção de um mercado agrícola de raiz, no espaço de Gwaza Muthini, visando estimular a comercialização dos produtos agrícolas na zona sul do país.

Para o director das operações da SOCODEVI, Rui Vasco, o lançamento da COOPDASI traz o conceito do cooperativismo, visando empoderar as mulheres para garantir a ligação entre o sector produtivo e o comercial.

“A maior parte das mulheres em Moçambique para a sua economia dependem da agricultura e a SOCODEVI entrou com as três cadeias de valor. Neste momento arrancamos com a batata-doce nas duas províncias, Maputo (Manhiça, Marracuene) e Gaza (Chokwe, Guija e Manjacaze) Trabalhamos em toda cadeia de valor, ou seja, desde a produção até ao mercado. Trazemos o conceito do cooperativismo, a cooperativa é vista como uma empresa social que visa não só empoderar as mulheres, mas garantir a ligação entre o sector produtivo e sector comercial”, disse Vasco visivelmente emocionado para depois acrescentar que “é um dia importante para nos porque lançamos a primeira cooperativa na provincial de Maputo. Futuramente vamos lançar uma outra cooperativa para a província de Gaza. nas duas cooperativas as mulheres ocupam o seu lugar onerante. Neste momento contamos com mais de 60% das mulheres na cooperativa”.

Indo mais longe, o director das operações da SOCODEVI reiterou que no presente o foco são os produtores da região sul do país, mas na fechou a porta para expansão do projecto para as zonas centro e norte, uma vez que “o sucesso que pode aderir destas duas províncias poderemos expandir para as outras províncias. Queremos garantir o empoderamento económico das mulheres, queremos garantir que a mulher fortaleça o seu papel na economia familiar”.

Uma iniciativa que veio solucionar os problemas dos produtores

Os agricultores dos distritos de Manhiça e Marracuene sempre tiveram êxitos nas campanhas agrícolas, mas devido a falta de condições para escoarem os produtos perdiam o grosso da produção. Lourenço Pedro Manhiça, membro da Associação Independência ou Morte, do distrito da Manhiça, observa que Cooperativa de Desenvolvimento Agrário do Sul de Incomáti veio responder os clamores dos produtores.

“O escoamento dos produtos sempre foi o nosso calcanhar de Aquiles, temos o problema das vias de acesso. Estamos a falar do escoamento da machamba para o mercado, as vias ainda não estão em condições. Esta cooperativa vai nos ajudar basicamente no mercado, tendo em conta que enfrentamos vários problemas. Há muita produção que se perde nos campos porque não conseguimos comercializar, mas agora com a cooperativa há garantias de que toda a produção será colocada no mercado. Creio que a cooperativa chegou no momento certo e vai incentivar o trabalho dos produtores porque já sabem que vão colocar o produto no mercado”, apontou. Manhiça.

Por sua vez, Rute Chirindza considerou que a cooperativa que congrega os produtores de Marracuene e Manhiça vai incentivar a prática de agricultura o que, de certa forma, pode reduzir as importações, contribuindo para a redução o nível do custo de vida no país

“Esta iniciativa é de louvar porque estamos a falar de um momento em que o agricultor enfrenta várias dificuldades para comercializar o seu produto. Moçambique tem várias extensões de terra fértil e arável e podemos produzir muito mais do que produzimos agora, mas não tínhamos acesso ao mercado. Este mercado de certa forma acaba sendo difícil porque não estávamos organizados. Com esta iniciativa estaremos organizados. Através da cooperativa queremos reduzir as importações que o país tem feito. Iremos reduzir o custo de vida a partir do momento em que reduzimos as importações”, declarou Chirindza

Elsa Mavie eleita (primeira) presidente da COOPDASI

Assembleia Geral Constitutiva da Cooperativa de Desenvolvimento Agrário do Sul de Incomáti serviu para eleger o primeiro corpo directivo daquela agremiação que congrega os produtores do distrito de Marracuene e Manhiça. Lili Bila (lista B) e Elsa Mavie (lista A) foram as candidatas.

Na eleição em que os 48 membros fundadores da COOPDASI foram chamados a escolher aqueles vão dirigir os destinos da cooperativa nos próximos três anos, a lista “A” foi a que recebeu mais votos, ou seja 23 contra apenas 20 da lista “B”, sendo que três votos dos 46 participantes foram considerados nulos.

Intervindo depois da sua eleição ao cargo de presidente de Constitutiva da Cooperativa de Desenvolvimento Agrário do Sul de Incomáti, Elsa Mavie prometeu trabalhar afincadamente para honrar os que depositaram confiança no seu manifesto eleitoral e, sobretudo, contribuir para o crescimento da agremiação.

 

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