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Fundação MASC lança iniciativa “Arte Para Paz” para dar cor aos distritos devastados pelo terrorismo

“Arte Para Paz”, um movimento para revitalizar os distritos atingidos pela violência extremista, na província de Cabo Delgado, e dar esperança às comunidades afectadas, é a nova iniciativa lançada pela Fundação MASC (Mecanismo de Apoio à Sociedade Civil), nesta quarta-feira (29 de Junho),  na cidade de Maputo.

Neila Sitoe

Com a iniciativa, a Fundação MASC almeja mobilizar pessoas singulares e colectivas para contribuírem com materiais como baldes de tinta, pincéis, luvas e também com conhecimento artístico (por ex. muralistas) para dar cor às ruas, casas e edifícios dos distritos de Mocímboa da Praia, Palma, Macomia, Quissanga, Nangade e Muidumbe, e dar amparo às comunidades através da arte, criando condições mínimas para o retorno dos deslocados às suas zonas. Assim, a Fundação pretende reafirmar o seu compromisso de apoiar os esforços para a reconstrução dos distritos afectados pela violência.

“Arte para Paz” pretende ser um movimento nacional para a revitalização desses locais, envolvendo moçambicanos, do Rovuma ao Maputo, e do Zumbo ao Índico. Discursando no lançamento da iniciativa, em representação ao Director Executivo da Fundação MASC, Teresinha da Silva, membro fundadora da Fundação MASC, exortou a todos os moçambicanos a darem a sua mão para a materialização do sonho de dar cor aos distritos ao norte de Cabo Delgado e voltar a dar esperança às comunidades do norte de Moçambique.

 “Queremos fazer mais para Moçambique, mas os desafios do presente e do futuro não nos permitem trabalhar sozinhos. Por isso, estamos aqui para fazer um forte apelo a todas as forças vivas, governo, sector privado, doadores, entre outras, para, juntos, trabalharmos na materialização da iniciativa Arte para Paz, vencer o terrorismo, promover a coesão social e bem-estar dos moçambicanos”, afirmou.

 Para depois acrescentar que “o nível de reconhecimento e do que já alcançamos, como Fundação, não nos confere privilégios ou nos dá poder de trabalharmos sozinhos. Pelo contrário, impõe-nos mais humildade, parceria, trabalho, responsabilidade, transparência e integridade, e abraçar a iniciativa é uma das formas de, como moçambicanos, unirmo-nos e darmos a nossa singela contribuição para reconstruir e dar cor a uma parte de Moçambique, a província de Cabo Delgado. É, pois, a nossa unidade enquanto um só povo, independentemente das cores políticas, religiosas ou culturais, que será a chave para vencer os diferentes males que enfrentamos, incluindo o extremismo violento, em Cabo Delgado”, afirmou.

Por seu turno o representante do Governador da província de Cabo Delgado, anfitriã da iniciativa, Ivaldo Quincardete, agradeceu profundamente a Fundação MASC pela iniciativa e diz que a solução da violência extremista passa não só pela perseguição e responsabilização dos autores morais dos ataques, mas, também, por estabelecer mecanismos de promoção da paz e coesão social, e resiliência das comunidades afectadas pela radicalização e extremismo violento.

Em representação dos parceiros de cooperação, Inocêncio Macuácua, da Embaixada da Irlanda, considerou a “Arte para Paz” como mais uma iniciativa inovadora da Fundação MASC, que disse ser uma das organizações que tem vindo a surpreender com boas iniciativas, arrojadas e inovadoras.

“Contrariamente ao que têm feito outras agências, que só se têm cingido em apoios em termos de ajuda humanitária, um dos poucos apoios feitos, até aqui, nessa vertente que tem afectado profundamente as pessoas de Cabo Delgado, que é a parte psicológica”, enalteceu.

Além das intervenções, a cerimónia de lançamento da iniciativa “Arte para Paz” incluiu a apresentação da exposição “Pelas Lentes das Mulheres Deslocadas”, composta por fotografias feitas por deslocadas de guerra, capacitadas pela Fundação MASC para que fossem elas a retratar, com seus próprios olhos, o seu quotidiano e o das comunidades acolhedoras, também foi abrilhantada por manifestações artístico-culturais, com a apresentação de uma peça de teatro sobre violência extremista, pelo grupo Supuhana, proveniente da província de Nampula, foi exibido o resumo de um seriado sobre narrativas alternativas ao extremismo violento e no final, três bandas, Ikwazuni, TP50 e Ghorowane, subiram ao palco para cantar em prol da paz e coesão social.

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