A Associação Medica de Moçambique (AMM) acusa o Governo de ter enganado a classe por, alegadamente, durante as auscultações ter apresentado uma proposta de critérios de enquadramento na Tabela Salarial Única (TSU) totalmente diferente da que foi aprovada pelo Conselho de Ministros e promulgada pelo Presidente da República. Por essa razão já submeteu um pedido de esclarecimentos às instituições competentes e convocou uma reunião dos profissionais da área para tomada de decisão.
Ainda sequer “cairam” os valores nas contas, mas a Tabela Salarial Única (TSU), promulgada, há dias, pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, há dias, já está a criar alguma agitação no seio dos Funcionários e Agentes do Estado (FAE) que a título individual ou por via de associações profissionais tem estado a reclamar melhor enquadramento.
Através de um comunicado recebido na nossa redação, a Associação Médica de Moçambique dá a entender que a classe foi enganada pelo governo, pois, segundo lê-se na nota, na reunião de auscultação daquele grupo profissional, na qual tomaram parte órgãos directivos da Associação Médica de Moçambique e diversas organizações sócio-profissionais, a proposta de critérios de enquadramento na TSU apresentada é totalmente diferente da que foi aprovada pelo Conselho de Ministros (Decretos nº 50 a 55 de 14 de outubro de 2022).
Como tal, a Associação Médica de Moçambique, tomando como base o que chamou de “incongruências” submeteu, esta quarta-feira, pedidos de esclarecimentos ao primeiro-ministro e aos ministros da Saúde, das Finanças e Administração Estatal e Função pública sobre os critérios e níveis de enquadramento que passarão a vigorar após a implementação da Tabela Salarial Única.
“Após a obtenção deste esclarecimento, o Conselho de Direção da AMM convocará uma reunião nacional para juntos analisarmos e tomarmos uma decisão como classe”, lê-se no comunicado.
Refira-se que, em Julho, logo após a divulgação da Tabela Salarial ora revista, os médicos não esconderam a sua insatisfação e chegaram a convocar uma greve que no entanto não aconteceu devido ao recuo do Governo na implementação da TSU, mas, na altura, deixaram claro que caso a revisão da Tabela Salarial Única não resolva as suas preocupações irão sair à sua.
Vale lembrar que a Associação Médica de Moçambique protagonizou algumas das maiores greves já conhecidas no país pôs independência.