Os presidentes da Resistência Nacional de Moçambique (Renamo), Ossufo Momade, e do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), Lutero Simango, reuniram-se, nesta quarta-feira, 07 Dezembro, na Cidade de Maputo, com o objectivo de desenhar estratégias para empurrar os que estão a governar o país. Os dois principais partidos da oposição mostraram-se preocupados com a situação social e económica do país e pretendem trabalhar para que haja alternância do poder no país.
Na qualidade de maior partido da oposição em Moçambique, Ossufo Momade abriu as honras do encontro e referiu que os moçambicanos estão a passar um mal-bocado, tendo destacado as irregularidades detectadas na Tabela Salarial Única, que culminaram com a greve dos médicos.
“Quando falamos da situação crítica que os moçambicanos estão a viver, em primeiro plano temos função publica. Estamos a falar da corrupção, estamos a falar da falta de abertura, de atendimento dos nossos cidadãos porque desde o dia 05 de Dezembro a nossa população está entregue à sua própria sorte em virtude da greve da classe médica. Podemos pensar que é uma pequena coisa, mas ninguém sabe o que está a acontecer nas enfermarias porque há dificuldades quando se trata de uma comunicação normal e hoje quando se trata da greve é uma situação preocupante para nós”, disse Momade para depois acrescentar que os dois partidos estão a trabalhar para empurrar os que estão a desgovernar o país.
“Os recursos naturais não beneficiam os moçambicanos. Acompanhamos através da imprensa que o gás está a ser exportado, mas nenhum de nós sabe a quantidade que está a ir para fora e os contornos das negociações que o Governo teve com essas companhias. É preciso que a oposição trabalhe para empurrar esses que estão a desgovernar o nosso país para que tenhamos uma governação que vai resolver os problemas de todos moçambicanos”.
“O país está sendo capturado por uma teia de corrupção generalizada”
Numa altura que a Renamo manifestou o desejo de formar uma coligação com os partidos extraparlamentares para atacar os próximos pleitos eleitorais, sendo que o MDM mostrou abertura para abraçar a mesma coisa quando declarou “que nunca será oposição para a oposição em Moçambique”, Momade declarou que no encontro desta quarta-feira (07) os dois partidos não abordaram assuntos ligados a coligação.
“Não podemos esperar alguém que vem de Canada ou Alemanha a solução dos problemas de Moçambique está nas nossas mãos. Através deste encontro vamos avançar, mas não estamos a falar da coligação. Ainda é prematuro para falar disso, mas é preciso encontrar uma forma para libertar os moçambicanos. Não chegamos de falar de coligação porque para a coligação é preciso conhecer-nos e trocar impressões em relação a aquilo que queremos”.
Por sua vez, o presidente do MDM, Lutero Simango apontou que visita do seu homologo da Renamo abre uma nova página no relacionamento entre os dois partidos, tendo igualmente apontado que o encontro abre uma nova janela de esperança aos moçambicanos.
“Tivemos um encontro em que trocamos impressões sobre situação política nacional e também falamos da situação sócio – econômica do país. Nesta interação concluímos que o país esta ser muito mal governado, que o país está sendo capturado por uma teia de corrupção generalizada e que o povo moçambicano, de uma forma geral, anda totalmente saturado. Há uma exigência de momento para que haja mudanças na governação dopais e estas mudanças só podem acontecer através de um processo de democrática. ´por isso prometemos trabalhar de uma forma objectiva e concreta para que em Moçambique haja alternância democrática”.
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