Ao constituir uma Comissão de Inquérito para apurar o que aconteceu na Argélia,a Federação Moçambicana de Futebol (FMF) queria ser jogador e árbitro do mesmo jogo. Enquanto ainda investiga, a comissão criada pela FMF suspendeu quatro jogadores, Chico, Isac, Kito e Shaquile, e o treinador adjunto Eduardo Jumisse por entender que os mesmos tiveram um comportamento desviante. Entretanto, na quinta-feira, 09 de Fevereiro, a Secretaria de Estado de Desporto invalidou a comissão da Casa de Futebol e criou a Comissão de Inquérito Independente para apurar as causas dos incidentes ocorridos na Argélia, à margem da participação do combinado nacional no CHAN.
A histórica participação de Moçambique no Campeonato Africano de Futebol para jogadores que actuam nos campeonatos, prova sobejamente conhecida por CHAN, colocou os jogadores de costas voltadas com a Federação Moçambicana de Futebol.
Os jogadores exigiram 60% dos 400 mil dólares disponibilizados pela CAF. Ainda na Argélia a FMF assinou um documento onde se comprometia a transferir o valor para as contas dos atletas assim que a CAF disponibilizasse o valor.
Entretanto, quando a comitiva nacional chegou à capital moçambicana, a instituição liderada por Feizal Sidat decidiu anular todos acordos assinados na Argélia, atiçando rivalidade com os jogadores que juram de pês juntos que são justos merecedores da maior fatia do bolo do prêmio que será disponibilizado.
Isac, Kito, Telinho, Chico, Shaquile e o adjunto de Chiquinho Conde, Eduardo Jumisse, ficaram a saber, através das redes sociais, que foram suspensos por terem tido um comportamento desviante quando tentavam resolver o diferindo com a instituição de chancela o futebol em Moçambique.
Para serenar os ânimos entre as partes desavindas, o Governo, através da Secretaria de Estado de Desporto, convocou uma reunião, mas, debalde, os jogadores gazetaram e o treinador-adjunto não se fizeram presente porque não foram oficialmente notificados.
Na reunião em que apenas marcaram presença os membros da direcção da Federação Moçambicana, Carlos Gilberto Mendes, para além de considerar que a Casa de Futebol devia ter ponderado na decisão tomada, referiu que na selecção não é para ganhar dinheiro e que os jogadores tinham que ser patriotas. As palavras do governante não caíram bem no seio dos jogadores e nos desportistas em geral.
Na tentativa, de mais uma vez resolver o imbróglio, a Secretaria de Estado de Desporto através do Despacho nº. 01/GAB/SED/2023, “com o objectivo de determinais eventuais responsabilidades, bem como propor a adopção de medidas que possam prevenir a ocorrência dos mesmos factos ou similares no desporto nacional” criou a Comissão de Inquérito Independente, designada por CII, anulando desta forma a Comissão criada pela Federação Moçambicana de Futebol.
A CII, que será liderada por Pedro Sinai Nhatitima (Juiz Conselheiro do Tribunal Suipremo) que, por sua vez, será coadjuvado por Antônio Munguambe (antigo Director Geral do Instituto Nacional de Desporto), na qualidade de vice-presidente, Carlos Luís Tembe (antigo chefe do Departamento Jurídico do Ministério da Juventude e Desportos, Francisco da Conceição (actual Director Nacional de Desporto de Rendimento), Adão Matimbe (Presidente da Associação Moçambicana da Imprensa Desportiva) e Antônio Gravata (presidente do Sindicato dos Jogadores) tem 30 dias para trazer os resultados do imbróglio entre a FMF e os jogadores.
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