Muchanga acusa Governo de apertar a vida dos moçambicanos com medidas extremas de gestão urbana

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A tarifa de transporte de passageiros será agravada a partir do dia 27 do corrente mês de Fevereiro. O Conselho Municipal de Maputo e o Federação Moçambicana dos Transportes Rodoviários (FEMATRO), depois uma maratona de negociações, decidiram incrementar três meticais na tarifa actualmente em vigor. A Nova Democracia observa que o agravamento da tarifa na Área Metropolitana de Grande Maputo vai influenciar a subida de preços de transportes públicos à escala nacional, tendo igualmente acusado o Governo de estar ciclicamente a apertar a vida dos moçambicanos com medidas extremas de gestão urbana.

No ano passado, os 50 milhões de dólares disponibilizados pelo Banco Mundial para compensar os transportadores adiaram a entrada em vigor da nova tarifa de transporte de passageiros. Entretanto, no corrente ano, os transportadores encabeçados pela Federação Moçambicana dos Transportadores Rodoviários pressionaram o Executivo para incrementar sete meticais na tarifa actual, mas o máximo que conseguiram foi um aumento de três meticais.

O Governo, através do Ministério dos Transportes e Comunicações, prometeu pagar compensações aos passageiros através da Bilhética Electrônica, um instrumento que caminha a passos largos de entrar no rol dos projectos falhados.

O líder da Nova Democracia, Salomão Muchanga, não tem dúvidas de que a subida da tarifa na Área Metropolitana de Grande Maputo vai influenciar a subida de preços de transportes públicos à escala nacional e acusa o Executivo de não cumprir com as promessas de subsidiar os transportadores.

“Vai subir a tarifa paga para a circulação dentro da cidade de Maputo e arredores e quiçá, vai influenciar a subida de preços de transportes públicos à escala nacional, num acto premeditado pelo desgoverno do dia, que ciclicamente vem apertado a vida do cidadão, com medidas extremas de gestão urbana.  Os transportadores públicos urbanos, depois de demoradas vezes negociais e com a falta do cumprimento dos sucessivos compromissos assumidos de parte a parte, com o Estado a furta-se de cumprir com as promessas de subsídios ao transporte, que aliviaria custo final para o cidadão”, declarou Muchanga.

Nos seus discursos, os governantes têm hasteado a bandeira da luta contra a pobreza. Contudo, o líder da Nova Democracia refere que o Executivo não apresenta políticas para diminuir o fosso entre os ricos e pobres no país.

“Vão mais uma vez humilhar o cidadão e, pessoas poderão abandonar as suas oportunidades de trabalho por ser insustentável, trabalhar na cidade e viver fora do centro urbano a pagar passagem nos chapa-100, Quais negreiros de Quatro Rodas. É este o governo que enche a boca para falar de humanidade, de direitos humanos, igualdade de oportunidades. É este o governo que se julga a combater a pobreza urbana, a diminuir o fosso entre ricos e pobres e apresenta políticas de exclusão, baseadas na estratificação social”.

Nas entrelinhas, Salomão Muchanga fala de 50 anos de uma desgovernação, chegando a questionar a quem serve o actual o Governo.

“É crime hoje viver no subúrbio da cidade. É um martírio tentar ser cidadão, é humilhante procurar estar entre os humanos de direitos. O cidadão comum virou objecto de contagem para obter vantagem milionária, aliás, em quase todos os cinquenta anos deste desgoverno, este é o apanágio.  A quem este governo serve? Se não serve para garantir os mínimos sociais às suas populações? ”, questionou.

 

 

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