Site icon

Saipem, empresa italiana contratada pela Total, admite regressar à Cabo Delgado em Julho

A Saipem (SPMI.MI), empresa italiana de engenharia responsável pela construção da fábrica de liquefação de gás da TotalEnergies na bacia do Rovuma, província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, anunciou que vai retomar os trabalhos no projecto que é considerado o maior investimento estrangeiro na história do continente africano em Julho do corrente ano.

O facto tornado público pelo diretor-executivo da Saipem, Alessandro Puliti, pode ser o prenúncio do tão almejado regresso da multinacional francesa à província de Cabo Delgado depois de ter paralisado as obras em 2021 por questões de segurança.

“Esperamos reiniciar gradualmente o projecto (Moçambique), de acordo com a informação recebida pelos nossos clientes, a partir de Julho deste ano”, disse o CEO da Saipem.

Nos meados de Fevereiro, a TotalEnergies encarregou Jean-Christophe Rufin, especialista em acção humanitária e direitos humanos, de realizar uma missão independente para avaliar a situação humanitária na província de Cabo Delgado antes de tomar uma decisão sobre o reinício das operações.

Entretanto, o diretor-executivo da Saipem, mesmo depois de anunciar a retoma dos trabalhos em Julho do corrente ano, disse que a empresa por si dirigida ainda não tem informação sobre situação de direitos humanos e segurança na província de Cabo Delgado

“Não temos visibilidade directa sobre o relatório sobre direitos humanos, mas concordamos com a Total sobre o reinício em Julho (…) isso implica que nosso cliente está confiante para resolver possíveis questões pendentes até essa data”, declarou Puliti.

Por sua vez, Lorette Philippot, activista da Friends of the Earth France, referiu que não é possível que as consequências negativas do projecto sejam resolvidas até o verão.

“A situação no terreno é crítica: a indústria do gás tem sido fundamental para o conflito brutal que criou mais de um milhão de refugiados internos”, disse.

Exit mobile version