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Moçambique vai marchar no dia 18 em homenagem a Azagaia

Os moçambicanos vão, no dia 18 do corrente mês de Março, marchar em homenagem ao rapper Edson da Luz Nascimento, conhecido nos meandros artísticos por Azagaia, que perdeu a vida no passado dia 09 de Março. Na capital moçambicana a marcha terá o pontapé de saída na estátua de Eduardo Mondlane e terá como destino a Praça na Independência, mas terá réplica em outras capitais provinciais. As edilidades de Nampula, Beira e Quelimane já deram o aval para a realização da marcha, mas Quitéria Guirengane, uma das organizadoras do movimento, garantiu que mesmo sem o “sim” das outras autarquias os moçambicanos vão marchar apoiando-se na Constituição da República. 

Duarte Sitoe

Um dia depois ter sido confirmada a morte de Azagaia, muito moçambicanos juntaram-se em vários cantos do País numa vigília pelo rapper e activista social, sendo que próximo dia 18 haverá uma marcha a escala nacional para homenagear o dono das músicas “Povo no poder” e “As mentiras da verdade”.

“A marcha irá acontecer em todo território nacional com o objectivo de homenagear este herói nacional, este herói da juventude e de uma geração. O Azagaia é para nós o património cultural da juventude. Julgamos que o Azagaia merece muito mais pela sua bravura, ele merece uma homenagem, um reconhecimento público que inclui até a categoria de herói nacional”, referiu Guirengane.

Na Cidade de Maputo, a edilidade ainda não deu aval para a realização da marcha, mas já é do domínio público e a marcha terá como ponto de partida a estátua de Eduardo Mondlane na avenida do mesmo nome e vai terminar na Praça da Independência.

Os municípios da Beira, Quelimane e Nampula, por sinal geridos pelos partidos da oposição, já deram aval para a realização da marcha no dia 18 do corrente de Março, mas o grosso das autarquias que estão na posse do partido no poder ainda não responderam as cartas submetidas pelas organizações da sociedade civil.

Usando a lei da manifestação como escudo, a secretaria executiva do Observatório das Mulheres e uma das responsáveis pela organização da marcha que visa homenagear Azagaia referiu que, mesmo sem a resposta dos municípios, os moçambicanos têm o direito de marchar.

“Na verdade os nossos municípios tudo que devem fazer é se conformar a lei. A lei da manifestação consagrada na Constituição da República refere que nós como cidadãos temos que comunicar e salguardar que a manifestação não recorra à violência e que seja uma manifestação de acordo com aquilo que a lei prevê. É isso que vamos fazer, esperamos que as edilidades tenham o bom senso de se conformar com a lei e permitir que os jovens possam exercer o seu direito de marchar. A lei de manifestação permite que a não resposta seja uma resposta”, disse a fonte.

Guirengane apela o bom senso das instituições estatais, uma vez que Moçambique tem sido nos últimos tempos um país alérgico a manifestações por mais que seja pacificas, tendo igualmente convidado os municípios para se engajarem na organização da homenagem ao Azagaia.

“Esperamos que vai haver bom senso. Estamos à espera que não haja nenhuma inviabilização da manifestação, que não haja nenhuma objecção, ou seja, se não há objecção os jovens podem ir a rua. As edilidades por si só podiam se juntar a essa manifestação e reconhecer que Azagaia é um cidadão da dimensão da estatura universal e é patrimônio que nós devemos nos orgulhar como Estado”.

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