Doação relança esperança no retorno do apoio da PMA aos deslocados

SOCIEDADE

Depois da PMA ter anunciado a interrupção da assistência aos deslocados em Cabo Delgado por causa de um défice financeiro, as esperanças para parte dos cerca de 50 mil deslocados que são assistidos pelo programa voltam a se abrir, após o Governo nipónico disponibilizar mais 1,5 milhões de dólares para assistência alimentar aos deslocados devido à violência armada em Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

O valor, disponibilizado através do Programa Alimentar Mundial (PAM), vai garantir alimentos de emergência para 25.800 pessoas deslocadas que estão nas províncias do Niassa, Cabo Delgado e Nampula, devido ao terrorismo no Norte de Moçambique.

“Esta contribuição, canalizada através do fundo de Financiamento de Emergência do Japão, ajudará a abordar a segurança alimentar entre as famílias mais vulneráveis no Norte de Moçambique. Também permitirá que o PMA trate a desnutrição aguda e moderada, prestando assistência a 15 mil crianças menores de 5 anos e 12 mil mulheres grávidas e lactantes”, indicou o PAM, em nota divulgada durante a cerimónia de anúncio do apoio em Maputo.

“Estamos lado a lado com o povo de Moçambique e continuaremos a apoiar os nossos amigos moçambicanos para enfrentarem os desafios da crise em curso”, declarou o embaixador nipónico, Kimura Hajime, durante o evento.

Dados avançados pelo PAM indicam que, desde 2019, o Japão disponibilizou 23 milhões de dólares (21 milhões de euros) para as operações humanitárias da agência das Nações Unidas, com destaque para Cabo Delgado.

A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.

A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás, mas surgiram novas vagas de ataques a sul da região e na vizinha província de Nampula.

O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED. Lusa/Evidências

 
 
 

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