Moçambique ostenta o estatuto de principal fornecedor de energia na África Austral. Contudo, numa altura que as perspectivas econômicas globais não são animadoras, o Banco Mundial desafiou o Governo moçambicano para assumir mais protagonismo no fornecimento de energia na África Austral.
Este repto foi lançado, na quarta-feira, 12 de Abril, pela directora de operações do Banco Mundial, Anna Bjerde à margem de reencontro que manteve com uma delegação moçambicana, chefiada pelo ministro da Economia e Finanças, Max Tonela.
Anna Bjerde referiu que Moçambique deve urgentemente concluir o projecto de construção da Central Térmica de Temane, uma infraestrutura avaliada em cerca de 700 milhões de dólares, que vai levar energia eléctrica a cerca 1,5 milhões de famílias através de uso de gás natural por um período de 25 anos.
Para além de suprir o défice no mercado interno, a Central Térmica de Temane, segundo Bjerde, vai aumentar os níveis de exportação de energia de Moçambique ao nível da região Austral.
“Moçambique tem um papel estratégico em termos de energia, comércio, transporte e logística. Há nações que dependem e confiam no País, pelo que este deve aproveitar a sua localização geográfica e os seus recursos para apoiar programas regionais”, recomendou a directora de operações do Banco Mundial.
Por sua vez, na qualidade de chefe da delegação moçambicana que incluía quadros seniores do Banco de Moçambique, o ministro da Economia e Finanças, Max Tonela, reiterou que o Central Térmica de Temane é um dos projectos com menos custos no continente africano, tendo advertido que o mesmo poderá ser concluído antes da linha estar completa.
“É uma linha longa, com pontos de subestações que permitem abastecer potenciais projectos futuros no País, mas também tem uma perspectiva regional. Para mitigar este risco, temos estado a trabalhar com o Banco Mundial, quer na selecção das entidades construtoras, quer nas que fazem a supervisão dos projectos”, declarou Tonela.
De lembrar que o projecto da Central Térmica de Temane é implementado Electricidade de Moçambique (EDM) e é financiado pelo Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento, Banco de Desenvolvimento Islâmico, OPEC Fund e Governo da Noruega.
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