- Vários artistas nacionais e internacionais levaram o público ao delírio
- Director-geral da Khuzula e fundadordo Festival Azgo emocionou-se ao lembrar como tudo começou
Não fugiu a tradição. Na sua 10 edição, a primeira no pós-pandemia, o Festival AZGO voltou a deixar inundados de gente os três espaços escolhidos para três dias de experiências ímpares. A afluência do público foi respondida com muita qualidade dos espectáculos e actuações de encher os olhos, com destaque para a noite fria do sábado que, sem dúvidas, aqueceu para quem esteve no Campus da Universidade Eduardo Mondlane.
Reginaldo Tchambule e N.T
Cumpriu-se a tradição. Maputo voltou a parar para reverenciar talentos nacionais e internacionais naquela que foi a 10ª edição do Festival Azgo, um dos grandes eventos culturais de Maputo, que retornou este ano depois de dois anos de interrupção por causa da Covid-19.
Diversidade musical e intercâmbio cultural foi o que se viu durante os três dias de espectáculos, em três locais distintos, nomeadamente o Centro Cultural Franco Moçambicano, na sexta-feira; o Campus da UEM, no sábado e o Campo da Mafalala, no domingo, que fizeram convergir várias nacionalidades e pessoas de todas as cores e idades.
Sob a temática “Diversidade Cultural e a Paz” com intuito de prestigiar um dos pilares fundamentais do AZGO; que é a junção de várias culturas no mesmo espaço em ambiente de convivência e de pura harmonia, a 10 edição do AZGO mostrou que a pandemia não foi forte o suficiente para fazer perder a mestria. Com uma organização impecável, os artistas soltaram a magia em palco e o público vibrou do princípio ao fim.
O espectáculo de abertura foi no Centro Cultural Franco-Moçambicano. No dia seguinte, no Campus Principal da Universidade Eduardo Mondlane e o encerramento foi de livre acesso no campinho do bairro da Mafalala.
O evento do sábado, no Campus da UEM, foi o principal dos três e contou com actuações de encher os olhos de vozes consagradas e artistas da nova geração. Stwart Sukuma, qual “divo” e herói dos últimos tempos foi dos artistas moçambicanos que mais se destacaram no evento, levando o público ao delírio com os seus principais hits de várias gerações. Ainda fez subir ao palco o pródigo Albino Mbié e apresentou o vozeirão da sua companheira nos coros.
Tal como Stwart Sukuma, Elvira Viegas e Radja Ali levaram os presentes a uma explosão da moçambicanidade com sons e ritmos únicos de Moçambique, enquanto os jovens Yaba Buluko Boys, Dehermes e o herdeiro do Pandza, Helio Beats, deixaram a sua energia a fazerem-lhes os créditos, entoando alguns dos hits que fazem as loucuras do público mais jovem, como “Puxa Mazambana”, “Yaba Buluko” e “Flow da Town”. O cheirinho do bom do hip-hop moçambicano esteve a cargo das female mc Gina Pepa, que, se diga, não deixaram os créditos em mãos alheias.
De fora há ainda a destacar as notáveis actuações de vozes como Eduardo Paim, de Angola e os sul-africanos K.O e a irreverente Paige que acabou sendo um dos maiores expoentes desta edição ao protagonizar o momento mais alto da noite.
Com uma energia invulgar e um reportório bem vivo na mente dos apreciadores da música amapiano, Paige fez os presentes tirarem literalmente o pé do chão, cantou e fez cantar e na altura da despedida não faltaram apelos para que a cantora voltasse ao palco, um pedido que foi imediatamente atendido, com a cantora a solicitar que os presentes escolhessem a música com a qual devia encerrar e feita a escolha, o espectáculo continuou, mas porque tudo que é bom dura pouco, o AZGO começava a despedir-se do grande público, enquanto o sol já começava a espreitar para espantar o frio que foi completamente fintado em pleno descampado da UEM.
A homenagem ao homem que sonhou o AZGO
Paulo Chibanga que completava anos no sábado, o segundo dos três dias do evento, foi parco em palavras, tendo simplesmente destacado o trabalho em equipa e a colaboração de instituições nacionais e internacionais, incluindo patrocinadores que tornaram possíveis os 10 anos de experiências inesquecíveis do AZGO.
Em seguida, Chibanga chamou ao palco a equipa responsável pela produção, logística, comunicação e demais detalhes do AZGO e em pouco tempo o palco ficou inundando de juventude que faz a Khuzula e garante o som, a luz, a animação e acima de tudo o profissionalismo com que se tecem as histórias daquele que é o maior festival do País.
Os organizadores do AZGO deixaram o palco com semblantes de felicidade e deixaram uma certeza. Próximo ano, haverá mais AZGO e o Festival está mais vivo do que nunca e deverá continuar a fazer parte dos principais atractivos turísticos e culturais do País por muitos mais anos.
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