Chissano garante que a Renamo “não vai fazer guerra porque não houve eleições aqui ou acolá”

DESTAQUE POLÍTICA

A Comissão de Reflexão sobre a Viabilidade da Realização das Eleições Distritais em 2024 (CRED) concluiu que não estão criadas condições para a realização das eleições distritais o que, de certa forma, foi um duro golpe para as aspirações da Renamo. Numa altura em que o maior partido da oposição em Moçambique baixou de tom sobre a pressão para realização das eleições distritais, propondo que se siga o gradualismo das eleições autárquicas, o antigo Chefe de Estado, Joaquim Chissano, garante que o partido liderado por Ossufo Momade não vai fazer guerra porque não foram realizadas as eleições distritais.

A Renamo defende que a possível revisão da Constituição da República para adiar eleições distritais é limitar os direitos da população. Quando questionado se o adiamento das eleições distritais podia minar a democracia em Moçambique e beliscar o processo da paz e reconciliação nacional, Joaquim Chissano referiu que a Renamo não vai fazer guerra porque não foram realizadas as eleições distritais.

“A Renamo não vai fazer guerra porque não houve eleições aqui ou acolá, não vai fazer isso porque se comprometeu e se desmobilizou. Acho que isso é para ficar, não há essa de guerras. As pessoas estão cansadas de lutar, ninguém quer guerra agora, então essa mensagem deve ser repetida porque pode aparecer um maluco que mobiliza distúrbios e esses distúrbios podem custar algumas vidas”, declarou Chissano para depois deixar reservas sobre a viabilidade da realização das eleições distritais.

“Se de facto há condições para realizar podem ser realizadas, se não há é verdade que não há haverá consenso, mas se é uma questão objectiva não há e acabou”.

O processo de recenseamento foi marcado por várias irregularidades que, segundo os partidos da oposição e organizações da sociedade, são indícios de que as eleições autárquicas serão fraudulentas. De acordo Joaquim Chissano, a Comissão Nacional de Eleições é quem deve dizer se os erros que foram detectados são remediáveis.

“É preciso pegar caso por caso. Estou habituado a observar eleições em vários países e a gente pega caso com caso e vemos o peso dessa infracção no cômputo geral se é uma coisa remediável ou se pode influenciar mesmo ou não. “A Comissão Nacional de Eleições tem capacidade para fazer esse estudo perante todos argumentos que serão apresentados e tomar uma decisão”.

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