Estamos receptivos à mudança, venha ela de onde vier

OPINIÃO

Afonso Almeida Brandão

Em algumas edições recentes deste espaço de Opinião tenho vindo a abordar há várias semana, com algum pormenor, algumas das razões por que é mentira que a Economia e a actual (des)Governação estejam a conduzir Moçambique em direcção ao Progresso e ao Desenvolvimento. Aliás, não seriam precisas muitas palavras para constatar que a nossa Economia tem vindo a diminuar “a olhos vistos” desde que o País se tornou Independente em 1975, durante o Séc. XX e que corresponde quase a 50 anos do Tempo em que vivemos num Regime (aparente) e formalmente Democrático, com a FRELIMO no “Poleiro”.

Durante estes últimos vinte e oito anos — antes com Armando Guebuza e agora com Filipe Nyusi —, o Partido da FRELIMO (dito) “Socialista da Treta”, não tem feito outra coisa senão (des)governar o nosso País à degradação (quase) total, em todos os aspectos e nos mais diversos sectores, o que tem tornado difícil de reconduzir Moçambique à Credibilidade Económica e Financeira que foi, de certo modo, restituída por Joaquim Chissano durante os seus dois mandatos como Presidente da República, após a Indepêndia de Moçambique.

Ou seja, tudo o que a FRELIMO, Armando Guebuza e Filipe Nyusi  possam dizer hoje acerca do (?) Progresso Económico de Moçambique não é Verdade. Desde logo porque a Economia Moçambicana está a ser ultrapassada pelo progresso realizado por alguns dos Países que formam hoje os PALOP´s, por um lado, com a África do Sul à cabeça, por outro lado, desde que teve pela mão de Nelson Mandela uma arrancada excepcional, muito à frente de nós com particular destaque para o Progresso Económico Nacional de alguns dos países da África Austral.

Ou seja, em termos gerais e comparativamente à África do Sul e a Cabo Verde (por exemplo), Moçambique com o seu Quadro Actual de Pobreza e Degradação Total em que se encontra acaba por ser tão diminuto que, por este caminho, levaremos oitenta anos a chegar ao seu nível de outrora.

Recentemente, o Presidente da República e alguns dos seus Ministros de “Aviário” têm gabado da Estabilidade (utópica, só pode ser!) quando dizem ter sido obra da FRELIMO e do próprio PR, durante os últimos oito anos com estes resultados negativos.

Trata-se de segunda mentira, porque como pode ser considerado estável um País que não progride economicamente, que tem dos mais elevados níveis de Pobreza, com salários dos mais baixos dos PALOP´s? Ou um país, com uma Educação em permanente guerra dos Professores e um Sistema Nacional de Saúde a viver entre Greves e Demissões dos seus profissionais e com mais de 25 Milhões de Moçambicanos no Desemprego, na sua maioria analfabetos e sem qualquer apoio Médico ou Hospitalar? Ou que Estabilidade é esta em que há cidadãos nacionais a viverem no Limiar da Pobreza, sabe Deus em que condições miseráveis e o Património Rural não é devidamente apoiado?

E agora com a “promessa” anunciada pelo actuais Membros do (des)Governo que temos, de que nos próximos anos haverá mais desempregados e Famílias “a gritarem ao Gregório”? Ou seja: o descalabro foi anunciado antecipadamente…

Ou que Estabilidade existe nestes Governantes de “trazer por casa” que gastam o que têm e o que não têm — o “último grito” está na aquisição de um “carrinho” para sua Excelência, por 30 Milhões de Meticais, à conta do Erário Público, que é como quem diz, de todos nós —? Ou quando a Geração mais Jovem e mais bem preparada abandona o País na sua Luta por uma Vida Melhor e Estável? Ou que Economia pode ser estável com mais de 90% das empresas muito pequenas, a esmagadora maioria no Sector do Comércio, empresas que não crescem e não exportam? Ou que Estabilidade pode existir num País que sobrevive mal —, apesar de usufruir (provavelmente em termos utópicos!) de alimentar o seu Povo com três Refeições Diárias — segundo declarou o aldrabão, cabotino e irresponsável ministro Celso Correia, aquando da sua recente deslocação a Itália?

Ou estaria ele a referir-se à Solidariedade que é dada pelos outros países da União Europeia e dos seus principais Duadores, no que toca à Alimentação, dada pelo Banco Mundial e FMI, além de países como a China, Japão, EUA ou Rússia — a título de exemplo? Enfim, ilusões atrás de ilusões, num rebafadó mentiroso!…

Sim, a ESTABILIDADE de Filipe Nyusi  e do (des)Governo que representa, é a Estabilidade dos Cemitérios, onde se Vive sem a Esperança de Dias Melhores e onde cada vez menos Moçambicanos acreditam no Processo (?) Democrático para se darem ao trabalho de Votar. Sim, Moçambique vive a Estabilidade da Corrupção, do Roubo, do Compadrio, das Influências, da Mentira, da Política «de uma mão lava a outra» e de um Sistema de Justiça Adormecido — para não dizer inoperante — que protege os Corruptos, o Partido e os Amigalhaços da sua “Tribo”. O caso das Dívidas Ocultas é o exemplo mais gritante. E o cerne da questão é que continuamos todos sem saber até este momento, com precisão, se o ex-Ministro das Finanças, Manuel Chang, vai ser extraditado ou não para os EUA ou se vai depôr em Inglaterra.

Sim, Moçambique caminha a passos largos, com a Estabilidade construída pela FRELIMO de Filipe Nyusi , em direcção “à cauda” da Miséria Humana, da Corrupção e da Ladruagem (repetimos) há Tempo demais.

É chegada a hora do Povo acordar e VOTAR, em consciência, na Mudança desta interminável e vergonhosa “bagunça”. E as próximas Eleições Autárquicas estão aí à porta. Sejamos, pois, determinantes e corajosos para mandar «às urtigas», de uma vez por todas, a FRELIMO que temos vindo a “suportar” e a “aturar” desde 1975. E mostrar a estes “bandalhos” que estamos receptivos à MUDANÇA e a uma nova Governação — venha ela de onde vier —, desde que seja Honesta, Responsável, Credível, com Novas Expectativas para os Cidadões e, sobretudo, com Visão de Futuro para o Nosso País. Assim seja e assim esperamos.

É preciso acreditar que ainda temos Políticos capazes de contribuirem para a Mudança que Moçambique precisa urgentemente — e de tornar este País “na casa de todos nós” onde possamos, em conjunto, acreditar e trabalhar em todas as frentes, de uma vez por todas, em prol  dum Amanhã de Esperança que nos espera no Horizonte, sem excepções, para sermos finalmente Felizes.

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