AR admite falta de liquidez nas contas públicas: Governo continua na negação

DESTAQUE ECONOMIA POLÍTICA

A Assembleia da República reconheceu ainda não pagou subsídios de transporte e de renda de casa referentes ao mês de Julho. Enquanto o Governo continua navegando na negação sobre a crise de liquidez nas contas públicas, a Casa do povo reconheceu, recentemente, os atrasos nos pagamentos dos subsídios dos deputados derivam da falta de liquidez nas contas públicas, prometendo creditar o valor assim que a situação voltar ao normal.

A implementação da Tabela Salarial Única gerou uma enorme expectativa no seio dos Funcionários e Agentes de Estado, mas, debalde, quando chegou a vez da sua implementação gerou uma onda de indignação.

Desde Outubro de 2022 que as contas públicas debatem-se com uma crise liquidez, visto que de lá esta parte o Executivo tem registado constantes atrasos e irregularidades no pagamento dos salários.

O Governo já veio a público reconhecer que a irregularidade no pagamento dos salários deve-se à pressão exercida pela despesa com os salários que absorve acima dos 50% das receitas do Estado, mesmo depois dos cortes de gorduras nos ordenados dos titulares de órgãos públicos e de soberania.

Depois dos médicos, professores e membros das Forças de Defesa e Segurança, a crise de liquidez nas contas afectou os deputados, visto que o auto – proclamados “mandatários do povo” ainda não receberam subsídios de transporte e de renda de casa referentes ao mês de Julho.

Enquanto o Governo ainda navega no “mar” da negação no que respeita a crise de liquidez nas contas públicas, a Assembleia da República veio ao terreno confirmar que enquanto o Presidente da República ostenta carros de luxo o Estado está a sucumbir financeiramente.

“Serve a presente para comunicar a V. Excia que, devido à falta de liquidez, regista-se o atraso no pagamento de subsídios de renda de casa e transporte dos senhores deputados da Assembleia da República, referente ao mês de Julho. Assim, vimos por este meio comunicar que o valor será creditado nas contas bancárias assim que a situação normalizar”, refere uma nota do Secretariado Geral da Assembleia da República, datada de 10 de Julho, enviada à Bancada Parlamentar da Frelimo, com referência nº 105/SGAR/DGAF/DF/2023, citada pela Carta de Moçambique.

Refira-se que, recentemente, o Governo anunciou a racionalização de novas admissões no segundo semestre de 2023 e permitir excepcionalmente novas admissões, entre 2024 e 2026, nos sectores de educação e saúde, num limite total de 1/3 das admissões programadas para 2023.

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