Durante a sua apresentação na Conferência Nacional sobre a Educação de Qualidade em Moçambique, O filósofo Severino Ngoenha lançou duras críticas ao facto do país viver na base de donativos, ou seja cultura de “penditismo”, para alavancar vários sectores sociais, com destaque para educação e saúde. Por outro lado, Ngoenha defendeu que a avaliação da qualidade do ensino deve ser feita tendo em conta a realidade moçambicana.
“Há uma coisa que a nossa escola está a fazer, sobretudo a nossa sociedade, é a cultura de ‘pedintismo’. Nós estamos sempre a pedir até para as coisas que temos capacidade. Há coisas que podemos fazer, mas estamos sempre com a mão estendida e, quando estendemos a mão, esqueçamos a soberania”, criticou Ngoenha.
Ainda na sua apresentação na Conferência Nacional sobre a Educação de Qualidade em Moçambique, com o tema: “Que caminhos para uma educação de qualidade em Moçambique? ”, o conceituado acadêmico defendeu mudanças no Sistema Nacional de Educação.
“O facto é que estamos todos de acordo que temos de mudar alguma coisa, isso é óptimo e não tem de ser visto como uma derrota, tem de ser visto como uma tomada de consciência de toda uma classe académica de educadores, políticos, ministérios, Governo central e isso tem de resultar de uma tomada de decisão muito corajosa, para dizermos que esquina temos de virar, que vírgula temos de pôr”, defendeu Severino Ngoenha para posteriormente referir que a avalição da qualidade do ensino deve ser feita tendo em conta a realidade moçambicana.
“Insisto que os bons critérios de avaliação de qualidade não são da Finlândia, nem dos Estados Unidos nem do Canadá nem seja de quem for. É qualidade quando aquilo que aprendemos nos mete em sintonia com a nossa realidade, sendo que onde resolvemos os nossos problemas”
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