- Corte de energia durante o discurso
- Operadores turísticos com ordens para não hospedar delegação do líder da perdiz
- Foi necessário ligar para a Governadora e comandante da PRM para se ter autorização
O líder da Renamo, Ossufo Momade, trabalhou, na última semana, nas províncias de Cabo Delgado e Niassa, com o objectivo de afinar a máquina para as próximas eleições autárquicas. Durante a sua intervenção em diversas vilas e cidades municipais que escalou sucessivamente, o líder do maior partido da oposição em Moçambique lançou uma campanha contra ladrões de votos em Cabo Delgado e Niassa.
Adolfo Manuel – Pemba
Tal como tem acontecido quando o líder da Renamo escala algumas províncias, em Cabo Delgado, Ossufo Momade foi impedido de realizar algumas actividades. A título de exemplo, em Balama registou-se corte de energia eléctrica minutos antes do início do comício.
“Estamos aqui no palco desde ontem a cantar e dançar com alto som, mas quando o pirilampo da comitiva do líder deu sinal a energia se foi”, protestou um músico e animador do partido Renamo.
Em Niassa, concretamente na vila municipal de Marrupa, os agentes económicos encerraram os seus condomínios e guest houses para não hospedarem Ossufo Momade e sua comitiva.
Ossufo Momade não reagiu publicamente sobre o comportamento quer dos técnicos da EDM em Balama, quer sobre o comportamento dos agentes económicos em Marrupa, mas Evidências, que acompanhou a visita do líder da perdiz de perto, soube que no caso de Marrupa foi necessário solicitar a intervenção da Governadora para contrapor as ordens superiores.
“Os proprietários dos residenciais estão a proibir os quartos para acomodação. Assim estão a telefonar para a governadora e o comandante da PRM para forçar a libertarem as pousadas”, confidenciou um ajudante do campo, acrescentando que não é pela primeira vez que acontece coisa igual para a maior formação política.
Momade lança campanha contra ladrões de votos e volta a alertar sobre consequências de fraude
Durante a sua estadia na província de Cabo Delgado e Niassa, para além de orientar comícios concorridos, Ossufo Momade apresentou os cabecas-de-lista da Renamo para as próximas eleições autárquicas.
Depois de visitar as autarquias de Chiure, Pemba, Montepuez e Balama, o líder da Renamo apelou aos seus membros e simpatizantes para serem mais vigilantes contra os indivíduos que se envolvem na recolha de cartões de eleitores para fins ilícitos.
“O cartão de eleitor é individual e só vale no dia de votação, por isso não aceitem ninguém levá-lo”, alertou Momade, referindo-se a uma prática em curso e que vem sendo denunciada em todo o país.
O líder da perdiz denunciou a circulação de grupo de pessoas sem credenciais nos bairros recolhendo cartões de eleitor, um esquema engendrado por indivíduos que se fazem passar de supostos agentes cívicos do STAE, quando são, na opinião da Renamo, pertencentes a um partido que não precisou de mencionar.
Segundo Ossufo Momade, a fraude eleitoral que está supostamente a ser engendrada poderá culminar com uma guerra, embora enfatize que a Renamo jamais quer saber dela.
“A Renamo jamais quer lutar porque está a cumprir o acordo celebrado sobre paz, mas com isso não quer dizer que temos medo de qualquer movimento de guerra”, referiu Momade, para depois clarificar que a Renamo apenas está a respeitar o compromisso celebrado com o Presidente da República em 2019.
Ainda nos seus encontros, Ossufo Momade ouviu várias inquietações vividas pelos munícipes, entre as quais falta de água, corrente elétrica, desemprego, degradação das vias de acesso, entre outras.
Já na cidade de Lichinga, o dirigente da Renamo ficou informado sobre os actos de corrupção esquematizados pelo governo provincial em vários aspectos. Momade apontou que só votando no seu partido será possível finalizar a roubalheira e abuso de poder que se regista naquela província mais fresca do país.
A má actuação da polícia não só em tempos eleitorais foi uma das recomendações do presidente em todas vilas municipais por si visitadas e pediu aos munícipes a serem vigilantes, denunciando todas tentativas de impedimento para o exercício do direito de cidadania.
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