MEX encerra suas operações em Moçambique por conta de discórdias financeiras com as LAM

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A empresa Moçambique Expresso (MEX) informou por meio de um comunicado datado de 31 de Agosto, a suspensão imediata e total de suas operações que envolvem voos domésticos e regionais por conta de conflitos financeiros com as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), da qual é subsidiária. “Lamentamos informar que o conselho de administração da MEX – Moçambique Expresso SA, reunido em conselho restrito 026/30 em 30 de Agosto de 2023, decidiu suspender as operações com efeitos a partir de 31 de Agosto de 2023”, lê-se na nota oficial da empresa assinada pelo director-Geral, Faustino Massitela.

A MEX que já operava três aviões Embraer 145 para vários destinos do país e da região, ao serviço da LAM, empresa que enfrenta graves dificuldades financeiras tanto que em Abril deste ano foi colocada sob gestão da sul-africana Fly Modern Arca (FMA), mostra-se frustrada e indignada com a postura da empresa estatal pois não esperava que depois de ter fornecido aeronaves de médio porte para cumprir o horários flexíveis da LAM, ter prestado assistência em terra e vários outros serviços fosse receber apenas o equivalente a 200 mil Dólares, que serão destinados a pagar parte do salários dos funcionários da empresa, lê-se em outro comunicado de 29 de Junho, igualmente assinado por Faustino Massitela.

“A não canalização dos valores para o MEX coloca a empresa numa situação de falta de liquidez para honrar os seus compromissos com os fornecedores, colocando a empresa em risco de fechar as portas”, acrescenta.

Na mesma carta a empresa refere que desde 1 de Junho houve uma “redução substancial da utilização da frota MEX, o que compromete a capacidade da empresa em gerar receitas para suportar os seus custos, bem como uma subutilização dos recursos financeiros disponíveis ”.

E por conta disso a empresa “tem vindo a acumular dívidas com fornecedores cuja participação nas operações da MEX é vital para a continuidade” da empresa, neste caso associadas a motores e manutenção da Rolls-Royce, Embraer e American General Supplies.

Na carta datada de 31 de Agosto, Faustino Massitela alertava que a LAM e o MEX, envolvendo as FMA deviam encontrar uma solução urgente para que a situação não piorasse pois a não resolução destas questões colocaria o MEX numa situação delicada a obrigando a cessar as operações no nosso país.

No caso, a MEX deve à Embraer um valor de cerca de 1.167.309,89 Dólares referente à aquisição da frota ERJ145, e propôs-se a pagar 50 % desta dívida no início deste ano, no valor de 583.654,95 dólares (550 mil euros), algo que veio a não acontecer e que, em parte bloqueou qualquer suporte à MEX por parte da empresa brasileira.

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