Pascoal Ronda promete remoralizar a PRM e o SERNIC

POLÍTICA
  • Declarado combate à corrupção e células do crime organizado na corporação

Nomeado há sensivelmente uma semana, o novo ministro do Interior, Pascoal Ronda, parece ter usado os quase 20 anos em que está na reserva para observar ao pormenor o comportamento dos agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) e do Serviço Nacional de Investigação (SERNIC). Momentos depois da sua tomada de posse, fez uma radiografia fiel da degradação moral no seio da corporação e sem gaguejar prometeu soluções enérgicas no combate a males como a corrupção e envolvimento de membros da corporação no crime organizado.

Com uma retórica e lucidez de se invejar, o novo ministro do Interior voltou a causar boa impressão aos moçambicanos ao mostrar que, afinal, embora na reserva conhece muito bem a casa que agora dirige em substituição de Arsénia Masssingue, exonerada na passada segunda-feira.

Com uma mensagem para dentro e fora da corporação, Pascoal Ronda, que ouviu da boca do comandante-geral da PRM, Bernardino Rafael, juras de lealdade, elegeu o combate à criminalidade organizada e ao terrorismo como prioridades na acção de todos os ramos que compõem a administração interna do Estado moçambicano.

Para tal, defende uma maior articulação entre todos os setores que garantem a ordem e segurança pública, visando o reforço da proteção dos cidadãos.

“A corrupção é uma realidade, é um desafio que deve ser combatido sem tréguas, porque é imperdoável. (…) O mais importante é que tem de haver uma articulação muito bem meticulosamente conduzida para que todas as áreas funcionem como vasos comunicantes”, defendeu o novo ministro num contacto com a imprensa, assegurando reestruturação institucional e reformas nos casos em que estas intervenções se justificarem, por forma a que a polícia desenvolva eficazmente a sua missão.

A intervenção do novo ministro do interior, que elegeu ainda a formação do capital humano como uma das prioridades, vai de encontro com o repto lançado pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, no acto de tomada de posse. Nyusi exigiu combate implacável à criminalidade organizada.

“O combate à criminalidade, em particular o crime organizado, será implacável, de modo a que todo e qualquer cidadão moçambicano ou estrangeiro se sinta tranquilo e protegido”, afirmou Nyusi, anotando que o sector da segurança interna enfrenta múltiplos desafios, antes de elencar os raptos e sequestros, branqueamento de capitais, bem como crimes ambientais e cibernéticos como sendo aqueles que configuram novas tipologias de delitos que desafiam as forças de lei e ordem para um combate mais eficaz.

Outro pedido de Nyusi tem a ver com a necessidade de se redobrar esfroços no combate ao terrorismo em Cabo Delgado, Norte do país, que é uma ameaça à integridade territorial e soberania do país.

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