Trabalhadores da PESCAMOZ reivindicam quatro meses de salário 

SOCIEDADE

Cerca de 107 trabalhadores da PESCAMOZ, LDA, uma empresa de pesca e processamento de pescado, paralisaram, recentemente, as actividades para exigir o pagamento de quatro meses de salários atrasados do ano em curso. Para além de salários do ano em curso, os trabalhadores exigem igualmente salários de Setembro, Outubro e Novembro referentes ao ano 2020. Por sua vez, o director-geral adjunto, fez questão de informar a nossa equipa de reportagem que a direcção máxima da PESCAMOZ, LDA nunca vai se pronunciar sobre o assunto em alusão.

 

Jossias Sixpence-Beira

 

Há mais de quatros que os trabalhadores da PESCAMOZ LDA não vêem a cor do dinheiro. Com vista a pressionar o patronato a pagar os salários atrasados, os funcionários daquela empresa de pesca e processamento de pescado decidiram paralisar as actividades.

 

Em representação dos membros da comissão dos trabalhadores, Arsénio José, afirmou que o recorrente atraso dos salários está a provocar grandes transtornos no seio da família dos funcionários, uma vez que o custo de vida tende a se agravar a cada mês que passa.

 

José tornou público que mesmo perante insistentes pedidos de esclarecimentos fracassados por parte da direcção da empresa, os trabalhadores não tiveram mais informação, razão pela qual enveredaram por amotinar-se nas instalações no sentido de exigir esclarecimentos, tendo acrescentado que o Centro de Mediação de Arbitragem Laboral (CEMAL) emitiu uma notificação de impasse e passou o caso para o tribunal.

 

“Depois de termos apresentado a situação, o CEMAL entregou-nos uma notificação de impasse, ou seja, passou o caso para o tribunal, e porque no tribunal envolve custas judiciais, e não tendo dinheiro, decidimos não avançar com o processo, até porque houve promessa do patronato em encontrar uma solução interna, mas até então não”, disse. 

 

Por sua vez, Regina Emília, também trabalhadora da PESCAMOZ, referiu que para além da CEMAL, o grupo tinha procurado ajuda do Governo para mediar o conflito, mas nunca encontrou consenso.

 

“Não sei o que a direcção da empresa pensa de nós. Desde Janeiro que não dizem nada em relação ao salário que normalmente é canalizado nas nossas contas. Só o atraso de um ou dois dias já compromete a situação social dos beneficiários, imagine o não pagamento de quatro meses, aliado a não esclarecimentos? ”, desabafou.  

 

Na tentativa de ouvir a versão dos factos da PESCAMOZ, o Evidências contactou o director geral adjunto da Empresa PESCAMOZ, Nelson Latido, tendo o mesmo vincado que o assunto estava resolvido e que não podia prestar declarações à comunicação social

 

“O senhor quem é? Não falhou, eu sou Nelson. Epah, este assunto já está resolvido e recebemos ordens da empresa para não falarmos mais deste assunto a qualquer órgão de comunicação. Por favor, não voltes a ligar mais para este número, está bom?”, disse e terminou a chamada o director-geral adjunto da empresa de uma forma arrogante.

Refira-se que a PESCAMOZ é uma firma que se dedica à captura e processamento de pescado, com destaque para Atum, que é exportado para Europa e América, mercado que absorve 70 por cento da produção.

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