- Trabalhadores da empresa de segurança Só Protecção entram em greve
Um total de 234 trabalhadores de uma empresa de segurança privada denominada Só Protecção, localizada na cidade de Pemba, está a preparar uma greve devido ao atraso de pagamento de cerca de nove meses de salário. O seu desespero, segundo relatam, é agravado pela fuga do patronato e suposto desvio, por parte do seu advogado, do dinheiro que contribuíram para o pagamento de custas judiciais.
Através de uma carta dirigida ao Evidências, mais de duas centenas de trabalhadores da empresa de segurança Só Protecção denunciam atrasos salariais, maus tratos e abandono por parte do patronato.
O atraso salarial arrasta-se por mais de nove meses, período no qual o patronato deixou, inclusive, de prestar comunicação sobre as razões da falta de pagamento.
Inconformados, os trabalhadores procuraram várias formas de mediação, tendo recorrido ao Gabinete do governador e até submeteram cartas à comissão de petições da Assembleia da República à procura de soluções, mas não tiveram sucesso.
Por isso, decidiram recorrer à justiça, tendo contribuído para a contratação de serviços de um advogado que, curiosamente, acabou sumindo depois de cobrar cerca de 36 mil meticais. Neste momento, não sabem em que estágio está o processo.
E porque a desgraça nunca vem só, apesar de nunca terem abandonado os seus postos, os trabalhadores dizem terem sido surpreendidos, há alguns meses, com o sumiço do seu empregador, a quem acusam de ter corrompido para a justiça antes de fugir.
“O patrão fugiu e quando ligamos para ele não nos atende. Para piorar, o nosso advogado, quando lhe consultamos, nos ameaça”, conta o representante dos trabalhadores que acusam ainda o patronato de vários tipos de violações, dentre os quais falta de equipamentos de trabalho, proibição de férias e dispensas, falta de pagamento de subsídio de funeral, entre outros.
Evidências contactou telefonicamente o director da empresa, Armindo Fracoso, que se escusou de falar sobre o assunto por se encontrar ausente de Pemba e encaminhou-nos para o chefe dos recursos humanos, entretanto incomunicável e em parte incerta.
Advogado nega ter “comido” dinheiro e por se sentir ofendido ameaça desistir do caso
Falume Anli, advogado das vítimas, nega ter desviado os 36 mil meticais das custas judiciárias e explicou que o assunto está em andamento.
“Não comi nenhum dinheiro desses seguranças porque foram eles que depositaram na conta bancária do tribunal provincial para o julgamento”, justificou o advogado, confessando estar arrependido por ter assumido a causa dos trabalhadores que já estão a manchar o seu nome.
Sem prever a data do julgamento, o advogado revelou que aqueles trabalhadores possuem dois processos e querem que todos sejam resolvidos com rapidez e sem observância dos moldes judiciais.
Facebook Comments