Membros da Frelimo podem votar duas vezes em Nampula e Zambézia

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Camaradas” criam novas mesas de voto em Nampula e Zambézia

A Frelimo está a orquestrar um esquema para sair vitorioso no grosso dos municípios da província de Nampula e Zambézia. Segundo a denúncia do Consórcio Mais integridade, o partido no poder está a criar mesas de votos para eleitores fantasmas nas duas províncias das zonas centro e norte.

Para garantir a vitória “retumbante e esmagadora” nos municípios de Quelimane e Morrumbala, todos da província da Zambézia, os “camaradas” criaram mesas de votos para os eleitores registados indevidamente no processo de recenseamento eleitoral.

A mesma estratégia, de acordo com o Mais Integridade, será usada na província de Nampula, concretamente, nos municípios de Alto Molocue e Monapo para permitir que milhares de pessoas votem duas vezes

A título de exemplo, em Mocuba, no posto de votação da Escola Primária Posto Agrícola II, dois cadernos de recenseamento estão em duas mesas de voto diferentes, o que significa que 946 pessoas podem votar duas vezes, sendo que “as duas primeiras mesas de voto da lista são 080235-01 e 080235-02. O 080235 é a da EPC Posto Agrícola II e os números 01 e 02 significam que foram os dois primeiros cadernos de recenseamento a serem preenchidos. Os dois estão cheios, com 800 eleitores entretanto, no fim da lista estão os mesmos cadernos estão divididos para parecerem diferentes”

Ainda em Mocuba, concretamente, na EPC Antigos Combatentes, o livro de registo 080221-06 tem apenas 39 eleitores, pelo que faz sentido juntá-lo a outro livro de registo. No entanto, o Mais Integridade observa este critério não foi observando pois o primeiro caderno de registo 080221-01 com 800 eleitores, foi combinado numa nova assembleia de voto como caderno 080221-01/080221-06, com 583 eleitores repetidos do primeiro caderno.

O consórcio não tem dúvidas de que o caderno que contem 800 eleitores é repetido, visto que cadernos repetidos são normalmente um ou dois, lembrando que durante o processo de recenseamento eleitoral houve relatos generalizados de que os eleitores da Frelimo foram recenseados em primeiro lugar, particularmente professores e funcionários públicos que foram indevidamente registados a partir de listas sem que os eleitores estivessem realmente presentes.

Indo mais longe, o Mais Integridade aponta que o “truque utilizado permitiu que os eleitores da Frelimo fossem registados 02 vezes abrindo espaço para que se possa votar 02 vezes em assembleias de voto diferentes, ou que os funcionários da assembleia de voto extra simplesmente enchem a urna de votos ou com boletins de voto verdadeiros ou ainda adiciona centenas de votos à folha de resultados finais, chamada de edital”. (Teresa Simango)

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