STAE deu ordens aos MMV para não assinarem actas e editais em locais onde a Frelimo estava em desvantagem

DESTAQUE POLÍTICA

Os Membros das Mesas das Assembleias de Voto (MMV) receberam ordens superiores para não assinarem actas e nem fizearem editais de apuramento de resultados em Maputo, Matola e outros locais onde a Frelimo estava em desvantagem. As ordens sem rosto, mas que os MMV dizem ser do Secretariado Técnico de Administração Eleitoral (STAE), entram em choque com o estipulado na lei eleitoral que determina fixação dos resultados num espaço visível logo a seguir ao apuramento dos resultados.

O caso foi tão caricato que alguns MMV foram recolhidos na madrugada de hoje para irem dormir nas suas casas, deixando o material eleitoral a guarda da polícia, o que contraria o que determina a lei.  Só hoje, pela manhã é que alguns MMV receberam orientações para voltarem às suas Assembleias de Voto para assinarem actas e editais, nalguns casos com números alterados.

Em Maputo, por exemplo, na escola Nova, do bairro Inhagoia A, até às 9 horas os MMV ainda não tinham recebido orientações para assinarem as actas e editais. Nesse p, além de não poder assinar, foram obrigados a ir para casa sem incluir os dados nos editais.

“Até então os MMV estão em casa à espera de novas ordens para voltar e encerrar o processo”, disse um dos membros. De acordo com a Lei Eleitoral, os MMV só podem ir para casa depois de entregar ao STAE todo o kit e toda documentação do processo de votação, numa maleta selada.

Além de Maputo, situação idêntica foi verificada na Matola, Nampula e Quelimane, coincidentemente onde a Frelimo estava em desvantagem, ou com uma vitória a marteladas. Aliás, no caso de Quelimane, esta foi uma das razões que levou à detenção de Manuel de Araújo por ter ido para algumas Assembleias de Voto para exigir a fixação dos editais no espaço público, conforme orienta a lei.

No caso específico da Matola, quando os dados já indicavam uma vitória folgada da Renamo nas mesas de voto, relatou-se circulação de indivíduos estranhos à madrugada nas mesas de voto, chamando os presidentes em privado supostamente com o fim último de manipular as eleições.

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