Manuel de Araújo diz que gás de Cabo Delgado silenciou a União Europeia

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O actual edil de Quelimane e cabeça – de – lista da Renamo nas VI eleições voltou a tecer duras críticas a União Europeia (UE) pelo silêncio ensurdecedor perante as irregularidades registadas no dia da votação. Numa altura em que o ocidente debate-se com uma crise energética, de Araújo não tem dúvidas de que o gás de Cabo Delgado silenciou a UE.

Depois de referir que Moçambique não pode receber os 500 milhões de dólares da Milleniumm Change Corporation por não respeitar os preceitos democráticos, o edil de Quelimane Manuel de Araújo criticou a postura da União Europeia face aos resultados anunciados pelas Comissões Distritais de eleições que apontam para a vitória da Frelimo em 64 das 65 autarquias.

Por entender que houve ilícitos eleitorais para favorecer o triunfo do partido no poder, o cabeça – de – lista da Renamo estranha o silêncio da União Europeia e refere que a mesma foi silenciada pelo gás de Cabo Delgado.

“Por um lado, podemos dizer que é estranho. Por outro, é normal porque, porque os países da UE estão a atravessar uma crise devido à guerra da Ucrânia. Esta guerra criou uma disrupção no mercado do gás e eles agora dependem muito do gás dos Estados Unidos da América. E este é um dos motivos pelos quais iremos começar pelos EUA e só depois vamos para a Europa, porque eles subordinam-se às vontades dos EUA e a crise energética veio acentuar essa dependência. Daí que este silêncio não nos surpreenda. A Europa tem interesse no gás de Moçambique e pode ter achado não ser oportuno pronunciar-se agora, porque poderia perigar os seus interesses comerciais. A maior parte dos embaixadores acreditados em Maputo parecem mais adidos comerciais do que embaixadores”, disse de Araújo numa entrevista concedida da DW África para depois elogiar a diplomacia norte – americana.

“Achamos de muita coragem a atitude da embaixada dos EUA, que se pronunciou. Apesar de ter sido um pronunciamento muito ténue, podia ter sido mais contundente. Mas diplomacia é diplomacia e cada um sabe quais são os seus interesses. Nós sempre víamos o Ocidente como “beacon of hope”, mas nos últimos tempos têm-nos desiludido um pouco, uma vez que a própria democracia norte-americana está longe do que era”.

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